
O diretor do Departamento de Polícia Científica, o perito-geral, Antônio Nunes, comentou na nesta quarta-feira (19) sobre o resultado do laudo de exumação realizada no corpo do músico Carlos Henrique, a fim de confirmar a causa de sua morte ocorrida em maio de 2024, após um acidente envolvendo um casal de criminosos em fuga.
O novo laudo afastou novamente a hipótese de ferimento por arma de fogo, tese levantada por familiares. O resultado da análise histopatológica foi divulgado após a retirada de tecidos de regiões consideradas suspeitas durante o procedimento, feito em 17 de outubro.
Segundo Antônio Nunes, não foi encontrado qualquer indício compatível com perfuração por projétil.
“Não há buraco algum. Quando se examina a cabeça inteira, a parte óssea mostra que não existe perfuração. A lesão é apenas de pancada, ou seja, politraumatismo”, explicou.

O diretor pontuou que o tempo entre a morte e a exumação do corpo comprometeu a detecção de resíduos específicos, como pólvora, nos fragmentos coletados. Ainda assim, ele destacou que a análise estrutural do crânio é conclusiva.
“As imagens anexadas ao laudo reforçam que não havia qualquer lesão compatível com disparo. A perícia está sendo clara, como já tinha sido antes. Não há lesão por projétil de arma de fogo”, afirmou.
Como é realizado o exame
A exumação ocorreu na presença de familiares, advogados, representantes do Ministério Público e da polícia, como prevê o protocolo técnico. O exame é realizado no próprio local do sepultamento, com retirada de tecidos e avaliação direta da ossada.

Procurada pela TV Cidade Verde, a família de Carlos Henrique informou que ainda não teve acesso ao novo laudo e que, caso o resultado não confirme a tese de disparo, poderá solicitar avaliação em outro instituto.
Sobre essa possibilidade, Antônio Nunes afirmou que uma nova exumação só poderia ocorrer mediante autorização judicial e apresentação de justificativa relevante. “Quem quiser um novo exame terá que convencer o juiz de que há necessidade. Temos no Piauí uma das melhores perícias do Brasil, com profissionais altamente qualificados”, destacou.
Durante a reconstituição da morte de Carlos Henrique, a perícia já havia apontado que os tiros disparados pela Polícia Militar, na tentativa de impedir a fuga dos assaltantes, foram feitos na direção oposta ao ponto onde o corpo do músico foi encontrado.

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