Piauí tem a menor taxa de homicídios do Nordeste e a terceira menor do país, atrás apenas de São Paulo e Santa Catarina. Os dados são do Atlas da Violência 2018, estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os dados apresentados são referentes ao ano de 2016 e mostra que o estado registrou uma taxa de 21,8 mortes para cada 100 mil habitantes. O número é significativamente menor do que a taxa nacional, de 30 mortes a cada 100 mil habitantes e cerca de três vezes menor que o estado de Sergipe, que encabeça a lista de estados com maior número de homicídios, com 64,7 homicídios por 100 mil habitantes.
Segundo o secretário da Segurança Pública, coronel Rubens Pereira, os números do Piauí são frutos de uma política de trabalho integrado entre as instâncias no estado. “Na verdade, esse trabalho teve início em 2015, quando o atual governador assumiu e encontrou um cenário difícil na área da segurança púbica. Nós tínhamos, àquela época, 28 homicídios por cada 100 mil habitantes e através de um trabalho de integração dos órgãos, nós conseguimos reduzir já em 2015 e 2016 estes números e a tendência seguiu no ano de 2017”, esclarece o gestor.
Gestão
O governador Wellington Dias faz uma avaliação dos números. "Não é fácil reduzir violência num 'estado de guerra' como este que enfrentamos no Brasil. A conquista que foi proibir o uso de armas pelo cidadão, foi derrotada pela facilidade da entrada de armas em nossas fronteiras. E armas entrando no Brasil nas mãos dos criminosos. E junto com drogas? Não podia ter outro resultado: 62 mil corpos estendidos no chão pela violência no Brasil. Guerra? Não. Brasileiros matando brasileiros", lamentou.
"O secretário Fábio Abreu, delegado Riedel Batista, coronel Rubens, coronel Carlos Augusto e coronel Lindomar Castilho formam um bom time de profissionais civis e militares, trabalharam um bom plano. Eu apoiei e o resultado colhemos agora: Piauí é o 3º Estado mais seguro do Brasil. Satisfeitos? Não. Queremos e podemos mais e vamos vencer cada vez mais a criminalidade", acrescentou o governador.
O chefe do executivo estadual explica que o Piauí obteve a menor taxa de homicídios da região Nordeste que, por sua vez, apresentou um elevado índice de homicídios. "O que acontece neste campo das armas, das drogas, as quadrilhas de assalto a banco, etc., é forte no Nordeste e acaba chegando ao Piauí. Por isto que não é fácil. Mas com competência e dedicação vencemos uma etapa e vamos dar outros passos", ponderou.
Proposta
Segundo Dias, está sendo realizado um trabalho forte para se obter uma mudança no sistema de segurança no Brasil e que seja mais avançado ainda, no Piauí. "Encaminhei projeto de R$ 174 milhões com o BNDES para investimentos no sistema de segurança e justiça. Estou animado com entendimentos que fizemos com judiciário e Ministério Público para implantar sistema baseado na classificação de risco. Crimes e criminosos de alto risco terão um sistema próprio com enfoque desde a prevenção, passando por inteligência, delegacias, sistema prisional. Desta forma vamos separar do médio e, principalmente, do baixo risco", antecipa.
O governador diz que quem pratica crime contra a vida e vive do crime é considerado um indivíduo de alto risco. Segundo ele, estima-se que este responde por 5% de todas as ocorrências criminais. Já quem atenta contra a vida, mas não vive do crime é considerado de médio risco e corresponderia a cerca de 6% das ocorrências criminais. Por sua vez, o pequeno delito, o crime de baixo risco chega a próximo de 90% do total de ocorrências. "Então, vamos ter equipes, estruturas e equipamentos bem preparados para cada classificação desta. Na primeira ocorrência, já tem a classificação e vai para o sistema certo. Hoje, pegamos alguém que foi condenado por não pagar a pensão alimentícia - e que precisa pagar por isto - e colocamos este condenado junto com o criminoso do narcotráfico. Ou seja a cadeia, a Central de Flagrante, o presídio, todo nosso sistema, se transformou em escritórios do crime de alto risco, o crime organizado por dentro e custeado pelo governo. Esta é a dura verdade. Vamos mudar!", analisou.
Números
O estado também registra números positivos no combate à violência contra jovens negros e mulheres. No que diz respeito à violência contra a mulher, o Piauí possui a segunda menor taxa de mortes de mulheres no Brasil e a menor do Nordeste, com três casos para cada 100 mil habitantes.
Os números de violência contra negros no país apontam que o Piauí teve a quarta menor taxa de homicídios com 24 mortes para cada 100 mil habitantes. Em números absolutos, o estado registrou 701 assassinatos em 2016. Dados que colocam o Piauí como o quinto estado com menos homicídios naquele ano.
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