Não. Você não leu errado. Analisemos: O Tribunal Superior Eleitoral poderá julgar este ano as quatro ações impetradas pelo PSDB, que foram reunidas em um único processo e que pedem a cassação da chapa vencedora da última eleição presidencial, encabeçada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), tendo como vice o atual presidente Michel Temer (PMDB). Caso os ministros do TSE reconheçam a prática de ilícito eleitoral na campanha de 2014 e condene a chapa, Michel Temer será atingido pela decisão e perderá o mandato. A Constituição Brasileira dita que em caso de cassação do mandato do presidente, depois de transcorridos os dois primeiros anos, o Congresso Nacional deve se reunir para eleger o novo presidente de forma indireta, para concluir o mandato. No caso de Michel Temer, há entendimento no TSE que, mesmo cassado, ele não ficaria inelegível e, portanto, poderia concorrer na eleição indireta em que votam apenas deputados federais e senadores. Atualmente a base do governo conta com ampla maioria na Câmara e no Senado, sendo que o partido do presidente, o PMDB, ainda detém as maiores bancadas nas duas casas. Com isso Michel Temer, mesmo amargando índices baixíssimos de popularidade, é hoje o nome mais forte dentro de sua numerosa base parlamentar e, em caso de cassação, seria facilmente reconduzido ao cargo.