Quem é acostumado a acompanhar as sessões da Câmara Municipal de Picos, no plenário ou pelo rádio, tem notado que a tradicional trégua que é dada pela oposição em início de mandato não está sendo praticada pela bancada da atual Legislatura. A cada sessão as críticas e denúncias estão presentes do início ao fim dos pronunciamentos, onde os oposicionistas, ao elevarem o tom de suas falas, até deixam transparecer que os debates podem tomar outros desdobramentos. Dentre as pessoas que acompanham as sessões, como jornalistas, servidores da Casa e ex-vereadores, algumas comentam nas imediações do Palácio Helvídio Nunes que esse comportamento da oposição pode estar relacionado aos processos que tramitam na Justiça Eleitoral, pedindo a cassação do mandato do prefeito José Walmir de Lima (PT). Assim sendo, com a possibilidade da cassação do prefeito, os oposicionistas ligados ao ex-prefeito Gil Marques de Medeiros, o Gil Paraibano (PP), alimentam a esperança de voltar à sombra do poder e, por conta disso, se revezam na artilharia pesada contra a gestão municipal. Com a exceção de Carlos Luís Barros (PSDB), eleito pela coligação governista, mas assumindo posição independente, os demais vereadores de oposição ainda demonstram sintonia nos discursos, quando se trata de defender as gestões de Gil Paraibano (2005-2008 e 2009-2012). Mas, com certeza, os ilustres edis estão fazendo tudo isso despretensiosamente.