A permanência de Michel Temer na Presidência da República se tornou incerta de ontem (17) para cá, com o vazamento da delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários da JBS, que afirmam ter gravado Temer dando aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, preso em Curitiba (PR). Oposição e Governo avaliam que a situação é delicada e caso Michel Temer renuncie ao cargo, seja afastado por meio de Impeachment, ou pelo STF, a Constituição prevê a posse do presidente da Câmara na Presidência da República e determina que em 30 dias o Congresso Nacional escolha o novo presidente através de eleição indireta. E na capital federal os nomes para esse mandato tampão já estão sendo discutidos. Um deles é o da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, que além de ter seu nome preservado da enxurrada de crítica ao marasmo e decisões controversas do STF, também é respeitada no meio político e vista como conciliadora. Porém, ainda é incerta a receptividade de seu nome junto às maiores bancadas no congresso. O outro é o do atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que já foi presidente do Banco Central no Governo Lula e goza de reconhecimento dentro e fora do Brasil, sendo também um dos poucos auxiliares do atual governo que não está envolvido em citações da operação Lava Jato. Embora filiado ao PSD e tenha pertencido aos quadros do PSDB, Meirelles transita em todas as siglas e é bem visto pelo mercado financeiro, sobretudo nesses tempos de turbulência econômica.