O áudio da conversa do presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista não sofreu edições. Este é o resultado de uma perícia realizada pela Polícia Federal que foi divulgado ontem, sexta-feira (23). A conversa foi gravada pelo próprio Joesley, durante encontro que teve com Michel Temer altas horas da noite do dia 07 de março deste ano, no Palácio do Jaburu. Segundo reportagem detalhada do Jornal Estadão, o laudo sobre a gravação aponta para mais de cem interrupções, mas que nenhuma delas foi causada por agente externo ou realizada posteriormente à gravação. “Um perito afirmou ao ‘Estadão’ que o modelo do aparelho de gravação usado (por Joesley) efetua os cortes em momentos em que há silêncio. A ação espontânea do gravador tem como finalidade economizar bateria e espaço na memória do aparelho, mas não tem condições de alterar o áudio”, destaca a publicação. O áudio da conversa de Joesley com Temer deu início à negociação de delação premiada dos executivos da JBS. A defesa do presidente contratou o perito Ricardo Molina para analisar o material, que afirmou que a gravação era “imprestável”. Após pedido da defesa do peemedebista ao STF e também do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o áudio foi encaminhado à Polícia Federal para a realização de perícia. A expectativa agora é de que a perícia seja incluída na denúncia que será oferecida por Janot contra Temer na semana que vem. Na conversa, Joesley indicou realizar pagamentos ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao corretor Lúcio Funaro para evitar que os dois assinassem um acordo de colaboração com a Lava Jato.