Após se solidarizarem com o ataque sofrido na tarde de quinta-feira (6) pelo candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, as equipes dos demais presidenciáveis iniciaram neste fim de semana uma série de reuniões internas para planejar o tom e os próximos passos da campanha. Candidatos que produziram propagandas eleitorais combatendo frontalmente Bolsonaro, como é o caso do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), avaliam dar uma "trégua" nos ataques a curto prazo. O candidato pelo MDB, Henrique Meirelles, manteve ontem (7) encontros com seu grupo político que devem se estender pelo fim de semana. De acordo com aliados do presidenciável, Meirelles não tem promovido uma campanha de ataque ao deputado federal, que está em recuperação no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, após ser esfaqueado durante ato de campanha. Na semana passada, porém, ele postou um vídeo no Twitter pedindo que os eleitores não votem com "os olhos cegos pela indignação". A expectativa agora é que haja uma suspensão temporária do clima "belicoso" que vinha caracterizando a disputa. Essa é a mesma avaliação do entorno do presidenciável Ciro Gomes. O secretário-geral do PSDB, deputado Marcus Pestana (MG), concorda que o fato trouxe um "efeito paralisante na campanha" de Alckmin e dos demais aspirantes ao Palácio do Planalto. Ele defendeu que os próximos dias sejam dedicados a analisar os efeitos do que aconteceu do ponto de vista psicológico, a exemplo da morte de Eduardo Campos em 2014, então candidato à Presidência pelo PSB. Candidata à vice na chapa do PDT, a senadora Kátia Abreu publicou um texto defendendo que a "linguagem da violência" seja superada e com críticas à radicalização. A cientista política e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Helcimara Teles analisa que os candidatos têm que ter "cuidado", a apenas um mês do 1º turno das eleições, para que o episódio não transmita sinais ambíguos ao eleitorado. Segundo ela, do ponto de vista estratégico, os adversários de Bolsonaro podem acabar reforçando o papel de vitimização e construir a "ideia do mito" caso deixem de criticar a tese de que ele é o candidato que tem expressado um discurso violento nas eleições.
Com informações da Agência Brasil