27/10/2020 - Redação
A Diocese de Campo Maior afastou de suas funções – por tempo indeterminado - o padre Alcindo Saraiva Martins, 31 anos, após tornar público a relação dele com uma mulher.
Segundo nota da Diocese, o bispo Dom Francisco de Assis, recebeu denúncia de uma jovem afirmando que estaria grávida do sacerdote e que teria um relacionamento com ele.
“O senhor bispo então pediu que ela apresentasse provas do que havia denunciado. Em uma conversa posterior com o sacerdote, ele não nega o envolvimento, porém contestou a tese de gravidez e aborto”, diz a nota.
Após divergência de informação, a jovem, de acordo com a Diocese, entregou uma carta, assinada por ela, garantindo que nunca esteve grávida e que teria feito acusação para continua a relação com o padre.
O sacerdote, que tem seis anos de ofício, teve que assinar um termo para pôr fim no relacionamento, ficou obrigado de fazer um retiro espiritual por 15 dias e iniciar terapia. Os relatórios das sessões terão que ser apresentados a igreja.
O padre não poderá realizar missas, participar de live e nem comentar sobre as acusações.
Veja nota da igreja:
A Diocese de Campo Maior, tendo em vista os fatos divulgados na mídia e que envolvem a pessoa do Padre Alcindo Saraiva Martins, incardinado nesta diocese, presta os seguintes esclarecimentos:
Em meados de julho deste ano, Dom Francisco de Assis, bispo diocesano, recebeu a jovem na Cúria Diocesana. Ela alegava ter possuído um relacionamento com o sacerdote e que estaria grávida. O senhor bispo então pediu que ela apresentasse provas do que havia denunciado.
Em uma conversa posterior com o sacerdote, ele não nega o envolvimento, porém contestou a tese de gravidez e aborto.
Dias depois, a jovem entregou ao bispo diocesano uma carta escrita e assinada por ela, afirmando que nunca esteve grávida, e que, consequentemente, não houve aborto. Na carta, ela ainda afirma ter usado a gravidez como argumento para continuar mantendo uma relação com o sacerdote.
No dia 12 de agosto de 2020, considerando as graves denúncias, o atentado ao sexto mandamento e que não houve atentado à vida, o bispo diocesano determinou por meio de decreto a suspensão das funções do sacerdote como pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, ficando ele proibido do uso de ordens em todo o território diocesano. O decreto ainda determinou a obrigação do padre em realizar um tirocínio espiritual extra muro de pelo menos 15 dias, a apresentação do seu cronograma de acompanhamento terapêutico sob o enfoque da psicoterapia do equilíbrio emocional, a perda de suas funções como padre referencial para o Setor Juvenil da diocese, a perda da função de instrutor de disciplina acadêmica no Seminário Propedêutico Diocesano, a suspensão do ofício de chanceler, e que ficasse proibido de falar sobre o assunto.
Em novo decreto publicado no dia 18 de setembro, Dom Francisco decidiu pela permanência de sua desvinculação de qualquer atividade pastoral e assessorias local ou regional, ficando ele ainda proibido de assistir ou ministrar sacramentos, participar de lives nas redes sociais, e a permanecer em silêncio público sobre o fato, bem como assumir a inteira culpa pelo desgaste a Igreja e às pessoas de boa fé. Foi-lhe autorizado o uso de ordens apenas no território da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré após o dia 1 de outubro e estabelecido a assinatura de um termo se comprometendo a realizar a ruptura com pessoas e fatos que provocaram vergonha e escândalo aos fiéis católicos desta Igreja Diocesana.
Conclama o bispo de Campo Maior à oração e penitência e reafirma o posicionamento desta diocese em defesa da vida. Voltemos o nosso olhar para Deus, que ao mesmo tempo é Justiça e Misericórdia.
Campo Maior, 24 de Outubro de 2020
Setor Diocesano de Comunicação
Fonte: Cidade Verde