Picos(PI), 23 de Novembro de 2024

Matéria / Polícia

Homofobia: Jovem é agredido no Centro de Picos

A vítima relatou o fato a seus amigos que acionaram o movimento LGBT de Picos

06/07/2016 - Jesika Mayara

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752ad4cdd85fd7442871a5993dee.jpg Dados do GGLOS apontam que em Picos existem cerca de oito mil homossexuais (Foto: Jesika Mayara)
752ad4cdd85fd7442871a5993dee.jpg Dados do GGLOS apontam que em Picos existem cerca de oito mil homossexuais (Foto: Jesika Mayara)

Na madrugada do último domingo, 03, um jovem foi agredido por três rapazes nas proximidades da sede da Prefeitura de Picos, no Centro do município. A motivação do crime seria pelo fato da vítima ser homossexual. A identidade da vítima será mantida em sigilo, visando garantir sua integridade física e moral.

O caso foi denunciado ao Grupo Guaribas de Livre Orientação Sexual- GGLOS, movimento LGBT de Picos, que procurou a vítima para que as providências cabíveis fossem tomadas e os acusados fossem punidos.

De acordo com a presidente do GGLOS, Jovanna Cardoso, a família não sabe de sua opção sexual e por medo de ser expor a vítima preferiu não denunciar o fato à polícia.

“Não houve registro de Boletim de Ocorrência uma vez que a pessoa vive na ilegalidade e teme que sua família descubra sua homossexualidade. Esse foi um caso muito grave de homofobia, essa pessoa foi torturada fisicamente pelo fato de ser gay, até mesmo pelas palavras ditas por o grupo no momento da agressão. Ele sabe quem são os agressores, mas não quer fazer a denúncia”, explicou Jovanna.

Ainda de acordo com a presidente, o movimento LGBT vai tentar convencer a vítima a denunciar o fato, uma vez que crimes como esses não podem acontecer em pleno século 21.

Esse foi o primeiro caso de violência física por intolerância homofóbica ocorrido em Picos, que o GGLOS tomou conhecimento. “Esse é o primeiro caso que registramos. É preciso que o fato seja apurado e que a vítima realize a denuncia, para que esse caso se torne um ato político e que os agressores homofóbicos sejam explicitamente conhecidos pela sociedade e punidos na forma da lei”, disse Cardoso.

A presidente lamentou o fato da homofobia ainda não ser considerada crime no Brasil e apontou que, em Picos, existem centenas de homossexuais que vivem na clandestinidade.

“Temos em Picos quase oito mil homossexuais, em especial gays, onde a sua grande maioria, cerca de 95%, não vive sua homossexualidade de forma plena. Os casos de preconceito acontecem muito, sabemos que raramente iremos conseguir sanar isso, uma vez que isso é uma questão de educação, questão de discutir o respeito as diferenças”, lamentou Jovanna.

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Violência no país

Quase 1.600 pessoas morreram em ataques motivados por ódio nos últimos 4 anos e meio, segundo o Grupo Gay da Bahia, que monitora as mortes por meio de notícias na mídia. Segundo seu levantamento, uma pessoa gay ou transgênero é morta quase todo dia neste país de 200 milhões de habitantes.

A epidemia de violência homofóbica, segundo alguns levantamentos, rendeu ao Brasil a infame classificação de lugar mais mortífero do mundo para lésbicas, gays, bissexuais e pessoas transgênero.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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