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Estudo aponta colapso em região e prevê 31 mortes diárias no Piauí

03/03/2021 - Redação

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P40G-IMG-552a41a6624dfba780.jpg (Foto: Roberta Aline/ Cidade Verde)
P40G-IMG-552a41a6624dfba780.jpg (Foto: Roberta Aline/ Cidade Verde)

As projeções para os próximos meses, realizadas pelo Núcleo de Estudo em Saúde Pública da Ufpi (Universidade Federal do Piauí), em parceria com a Fiocruz, indicam que o Piauí atingirá um pico de 23 mortes diárias por Covid-19 em 14 de maio nas condições atuais e 31 óbitos por dia em pior cenário. 

Veja todos os dados do relatório da UFPI/FIOCRUZ

O estudo foi apresentado por professores e pesquisadores da Ufpi para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi).  Hoje o relatório, que contou com ajuda do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington, será apresentado também ao governador Wellington Dias (PT) que deverá anunciar novas medidas restritivas. 

O relatório apontou ainda que o Piauí já enfrenta colapso na saúde na região Norte com tendência de se agravar ainda mais a região “Entre Rios”, que fica a capital, Teresina. De acordo com os pesquisadores, o Piauí vive o momento mais letal da pandemia.  

Segundo o estudo, no cenário atual, com o ritmo de cobertura vacinal lento e sem medidas restritivas mais duras, o estado chegará a marca de 4.763 mortes por Covid-19 em 1º de junho. 

Pelas projeções, no pior cenário, sem o uso adequado de máscaras por pelo menos 95% da população e sem medidas restritivas, haverá registro de 5.014 mortes com 31 óbitos por dia. Com a população usando máscaras, o índice de mortes cai para 7 mortes por dia.

O grupo de trabalho da Ufpi acompanha a evolução da pandemia desde abril do ano passado.

O professor/pesquisador Emídio Matos, que integra os estudos, destaca que os cenários não são nada animadores e que há registro de colapso em algumas regiões, já que não há mais vagas de leitos de UTIs.

“Já existe território no Piauí em colapso. E não adianta abrir vagas de UTI se não tem equipe, não tem insumos”, afirmou o professor.

Emídio Matos disse que a população caminha para uma “chuva ácida” e que os governantes não estruturaram a atenção básica para combater as doenças como a Covid-19.

Os pesquisadores recomendaram medidas mais duras como lockdown nacional, aumento de testagem, abertura de mais leitos de UTIs e campanha de uso de máscaras, evitar aglomerações e medidas de higiene. 

Em todas as projeções, os números indicam tendência de crescimento tanto para novos casos e óbitos. 

“É possível observar o momento que compreende a primeira onda dos casos, de junho a agosto de 2020. No fim da série histórica, identifica-se um aumento de novos casos da doença, apresentando uma tendência positiva, com um incremento de 19% quando comparado a 14 dias atrás”, diz o estudo.

Segundo o relatório, os casos diários estavam reduzindo até a primeira quinzena do mês de agosto. “Após os eventos das eleições (1º e 2º turno) e as festas de fim de ano, verificou-se uma tendência de aumento. Após o dia 13 de fevereiro, os casos começaram a aumentar, após reduções em dias anteriores”, diz o estudo. 

O estudo lembrou que até 27 de fevereiro, o Piauí registrou mais de 173 mil casos de Covid-19.

“Ao se observar as regionais de saúde, verificou-se que as mais acometidas foram a Entre Rios (N=79.817), Cocais (N=19.816), Vale do Rio Guaribas (N=16.962) e Planície Litorânea (12.727) que concentram 74,6% de casos no estado”.

O relatório destacou que na primeira onda da doença, o estado registrou mortes acima de 25 óbitos por dia. “Ao fim da série histórica, identifica-se um aumento nas mortes pela doença, verificando uma tendência de alta, com incremento de 60% quando se compara 14 dias atrás”.

O estudo pontuou regiões com a incidência de óbitos entre os dias 12 e 27/02/2021 e verificou que as cidades de Antônio Almeida (3 óbitos), Marcolândia (5 óbitos) e Jatobá do Piauí (2 óbitos) foram as que tiveram as maiores incidências relativas de mortes no período analisado. 

 

Cidade Verde

 

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