Picos(PI), 22 de Novembro de 2024

Matéria / Economia

Possíveis mudanças na jornada de trabalho preocupam sindicato

Para o presidente do SINTRACS os trabalhadores desaprovam o aumento

21/07/2016 - Jesika Mayara

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fd061b31c99a86c7dfd7dda5939a.jpg Presidente do SINTRACS, Marcos Holanda (Foto: Jesika Mayara)
fd061b31c99a86c7dfd7dda5939a.jpg Presidente do SINTRACS, Marcos Holanda (Foto: Jesika Mayara)

A discussão sobre a Reforma Trabalhista, que visa aumentar a jornada de trabalho no Brasil, tem preocupado os sindicatos e trabalhadores de todo o país.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Picos ( SINTRACS), Marcos Holanda, o aumento irá causar prejuízos para os trabalhadores.

“Nos do sindicato e da federação estamos muito preocupados com a possibilidade de alteração na reforma trabalhista, uma vez que há seis meses os índices de desemprego têm aumentado constantemente. O aumento na carga horária para nos é uma tragédia e um retrocesso, uma vez que se perde tudo que se conquistou”, disse o presidente.

A carga de trabalho no Brasil é, legalmente, de 44 horas semanais para quem tem carteira assinada. O número é alvo de constantes críticas do empresariado, que defende a possibilidade de flexibilizar a jornada, aumentando ou diminuindo a carga de acordo com a demanda.

No dia 8 de julho, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, causou polêmica ao falar sobre a possibilidade de uma carga de 80 horas semanais e citou como exemplo a reforma trabalhista francesa.

Na verdade, Andrade se equivocou ao usar o exemplo francês. Isso porque a reforma do país europeu prevê uma ampliação da jornada para até 60 horas semanais, e não 80, em determinadas circunstâncias – ou seja, não seria uma jornada contínua. Mesmo assim, seria um aumento de 36% para o brasileiro, 12 horas diárias de segunda a sexta-feira.

“Os trabalhadores de Picos e do Brasil de forma geral desaprovam a medida, uma vez que irão perder os momentos de laser e aumentar a possibilidade de acidentes de trabalho”, afirmou Marcos Holanda.

O advogado especialista em direito trabalhista, Virgílio Neto, afirmou que os prejuízos para o trabalhador, caso a lei seja aprovada, serão inúmeros.

“Primeiro que atualmente o trabalhador já tem uma jornada de trabalho muito grande. O aumento irá gerar prejuízos familiares e pessoais, então somos totalmente contra o aumento, que fere a lei trabalhista. Hoje a lei determina que o trabalhador labore oito horas diárias e 44 semanais, qualquer limite fora do estabelecido está ferindo a disposição constitucional”, explicou o especialista.

Ainda segundo Virgílio, qualquer mudança de horário de trabalho tem que ser de mútuo consentimento, desde que a mesma não fira nenhuma disposição trabalhista.

 

 

 

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