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Alzheimer aumenta em três vezes risco de morte por Covid-19

Para pessoas com idade acima de 80 anos, risco de morte é seis vezes maior

21/04/2021 - Redação

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P40G-IMG-5ee2f15fe29086ba0c.jpg A demência já tinha sido identificada como um fator de risco para COVID-19 junto com outras comorbidades (Foto: Ilustração)
P40G-IMG-5ee2f15fe29086ba0c.jpg A demência já tinha sido identificada como um fator de risco para COVID-19 junto com outras comorbidades (Foto: Ilustração)

As doenças neurodegenerativas que causam demência aumentam os riscos de gravidade e morte por COVID-19. No caso de pacientes com doença de Alzheimer, esses riscos são três vezes maiores e podem ser aumentados em seis vezes se tiverem mais de 80 anos.

As constatações foram feitas por meio de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Butantan, em parceria com colegas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP, foram descritos em artigo publicado nesta quarta-feira (21/04) na revista Alzheimer’s&Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association.

“Verificamos que todas as causas de demência são fatores de risco de aumento da gravidade e de morte por COVID-19 e que, em pacientes com doença de Alzheimer, esses riscos são mais acentuados”, diz à Agência FAPESP Sérgio Verjovski, professor do Instituto de Química da USP e coordenador do projeto.

A demência já tinha sido identificada como um fator de risco para COVID-19 junto com outras comorbidades, como doenças cardiovasculares e respiratórias, hipertensão, diabetes, obesidade e câncer. Um dos motivos é própria a idade: pacientes com demência, em média, são mais velhos e grande parte vive sob cuidados de outras pessoas em casa ou lares de idosos, o que aumenta o risco de infecção e transmissão do vírus.

No entanto, ainda não tinha sido avaliado se pacientes com doenças neurodegenerativas que causam a demência – como a doença de Alzheimer e de Parkinson – são mais infectados, têm maior risco de desenvolver formas graves e morrer em decorrência da COVID-19, e se a idade avançada acentua esses perigos.

A fim de esclarecer essas dúvidas, os pesquisadores investigaram o número de diagnósticos positivos, hospitalizações e mortes por COVID-19 em uma coorte de 12.863 pacientes acima de 65 anos com dados de teste positivo ou negativo para o coronavírus, cadastrados entre março e agosto de 2020 no UK Biobank – banco de dados clínicos de cerca de 500 mil pacientes acompanhados desde 2006 pelo sistema público de saúde do Reino Unido.

Desse total de pacientes, 1.167 foram diagnosticados com COVID-19. Para considerar a idade como um fator de risco, eles foram estratificados em três faixas etárias: de 66 a 74, 75 a 79 e 80 anos ou mais.

Fonte: Agência FAPESP

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