31/12/2021 - Redação
As compras de piauienses em sites de lojas virtuais cresceram cerca de 22% em 2021, uma tendência constatada desde 2019 como mostram dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-PI).
Sem considerar as informações referentes ao mês de dezembro, que ainda não foram consolidadas, os dados apontam que todas as Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) emitidas por outros estados destinadas a não contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) no Piauí já totalizavam mais de R$ 2,4 bilhões.
Todo este montante supera em R$ 1,1 bilhão todo o valor arrecadado nesta modalidade de compras no ano de 2018, quando a movimentação total foi de pouco mais de R$ 1,3 bilhão. Para o economista Fernando Galvão, o crescimento das compras virtuais no Piauí está relacionado a diversos fatores, como a crise sanitária do novo coronavírus (Covid-19).
“Tem a própria digitalização, o fato das pessoas estarem mais ambientadas com este tipo de ambiente. Isso já acontece normalmente. Na pandemia, por exemplo, com a necessidade de se promover o distanciamento social e o fechamento parcial dos mercados, acelerou esse processo, que estava em expansão ao longo do tempo, mas nos últimos dois anos essas transações comerciais se intensificaram”, argumentou o especialista.
Galvão pontua ainda outros fatores que também ajudam a entender este crescimento das compras pela internet, como o próprio desenvolvimento das plataformas digitais Segundo ele, o aprimoramento das ferramentas virtuais é um aspecto que permite, dentre outras coisas, diversas possibilidades atrativas ao consumidor. O contador Osvaldo Júnior, de 30 anos, por exemplo, busca na internet, além da variedade em produtos, a economia.
“Gosto de comprar mais pela internet devido às facilidades e variedades. Busco mais por economia mesmo, sempre verifico sites e fóruns com promoções e cupons de descontos. Existem também táticas de como baixar os preços, o cartão ideal para ter bônus, o cashback que agora está em alta, por exemplo”, relata o contador Osvaldo Júnior, de 30 anos.
Outro atrativo nesta modalidade de comércio destacado pelo economista Fernando Galvão também diz respeito a maior aproximação entre quem comercializa produtos na internet e quem os consome, tornando mais fácil o acesso aos bens e serviços independente das barreiras geográficas, por exemplo.
É o caso da maquiadora Clara Cordeiro, de 24 anos, que usa sites de vendas para adquirir produtos usados na profissão e no dia a dia. “Algumas lojas costumam ter um valor mais acessível ao meu orçamento e a entrega é muito rápida. Além do valor mais em conta, tem o fato de receber o produto em casa sem precisar me deslocar até o estabelecimento”, explica.
Crescimento das vendas online
Dados do levantamento desenvolvido pela Neotrust - Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital, mostram uma crescente de 72,5% do e-commerce nos estados do Nordeste apenas no mês passado, que em 2021 registrou alta de 23,8% em relação ao mesmo período em 2020.
"Podemos observar uma significativa movimentação em novembro, pois a grande maioria das grandes lojas adotaram as promoções desde o início do mês, não se concentraram apenas na data da Black Friday", afirma Gastão Mattos, responsável pela divisão de varejo online da Economia Digital.
Arrecadação
O crescimento das compras virtuais também aumentou o faturamento deste setor em 20,7% em novembro de 2021 frente ao mesmo período do ano passado, impactando diretamente na arrecadação de tributos.
Segundo a Sefaz-PI, a cobrança de ICMS com NF-e emitidas por outros estados destinadas a não contribuintes no estado acarreta uma arrecadação de aproximadamente R$ 150 milhões anuais, que retornam à unidade de origem.
Recentemente o Congresso Nacional aprovou a repactuação deste tipo de tributação entre o estado de origem e de destino, permitindo que cada um destes fique uma parte do arrecadado com impostos incidentes nessas transações.
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