15/09/2022 - Jesika Mayara
Cinquenta anos depois, uma das tradições da Igreja Católica em Picos foi retomada com a Santa Missa da Exaltação da Cruz. O momento realizado na Rua do Cruzeiro, centro da cidade, resgata o simbolismo cristão e reuniu dezenas de fiéis.
A celebração religiosa foi presidida pelo pároco da Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, Pe. Pio Feitosa, e contou com a participação de grupos de oração e pastorais da Diocese de Picos.
A aposentada e moradora da Rua do Cruzeiro, Raimunda Vieira, chegou ao local em 1958. A devota relata que ainda acompanhou missas no Cruzeiro e que a retomada do momento é um marco para a história de Picos.
“É uma emoção que a gente não tem nem como expressar, só traz saudade do meu pai, da minha mãe, de amigos que por aqui passaram. É importante reviver a história e eu me sinto feliz por estar aqui e comemorar esse momento, porque eu estive aqui quando começaram a fazer os festejos da Cruz”, disse a moradora.
Raimunda Vieira
Remédios Leal também falou com emoção da realização da Missa no Cruzeiro. Ele destaca que a cruz é um símbolo de fé no município picoense.
“A gente está imensamente feliz para os moradores da Rua Cruzeiro, é um momento histórico e isso nos alegra muito. Cruzeiro representa um símbolo de fé, não tem quem passe aqui e não faça sua reverência, sua oração”, frisou.
Remédios Leal
O pároco da Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, Pe. Pio Feitosa, um dos agentes responsáveis por retomar a tradição, enfatizou que diante do engajamento da comunidade a data se tornará fixa no calendário de eventos religiosos.
“Percebemos a alegria do povo com a Missa do Cruzeiro, reunimos uma multidão durante a celebração e vamos continuar todo dia 14 de Setembro”, ressaltou.
Pe. Pio Feitosa
Histórico do Cruzeiro
A história do Cruzeiro começa em 1913, ano em que eram realizadas Santas Missões no município de Picos. O momento contou com a participação de freis e padres vindos de fora.
Após o assassinato de um homem no trecho que chocou a comunidade, o Bispo do Piauí, Dom Otaviano, ordenou que fosse cravado neste local um Cruzeiro, simbolizando a realização da Expedição Missionária, mas também a recordação daquele fatídico dia da morte brutal do indivíduo.
A primeira cruz colocada era simples e de madeira. Em decorrência das situações de queima, derrubada do cruzeiro, inundação em 1960, um morador identificado por José de Sousa Moura procurou o vigário Pe. Madeira a fim de solicitar ajuda da Igreja na edificação de um Cruzeiro de concreto e apoiado numa base reforçada.
Sem ajuda da igreja que alegou não ter recursos, José de Sousa Moura e alguns vizinhos Quincas Bezerra, Abraão da Luz, Pedro Claro, Zuzinha, Antônio da Luz, Pedro de Zeca, Zé Dimar estiveram envolvidos na construção do Cruzeiro.
História relatada por Maria Acelina Marques
Fonte: Cidade Verde