13/10/2016 - Jesika Mayara
Depois de convalescer por vários anos faleceu na madrugada desta quarta-feira, 12, em Picos, o engenheiro civil e escritor, Luís Bernardes de Lima. Ele tinha 68 anos de idade e era natural de São João da Canabrava, onde nasceu a 09 de novembro de 1948.
Ele era ocupante da cadeira número seis da Academia de Letras da Região de Picos (Alerp), cujo patrono é Alberto de Moura Monteiro.
A Alerp realizou na tarde desta quarta-feira, uma homenagem ao escritor, onde membros da academia leram o seu histórico e declamaram alguns poemas de sua autoria.
A homenagem, que aconteceu no auditório da academia e fez parte do cortejo fúnebre, contou com a participação de familiares e amigos do escritor. Em seguida o seu corpo foi conduzido para a igreja Sagrado Coração de Jesus para a realização da missa de corpo presente.
Histórico
Formou-se em Engenharia Civil, Mas não se limitou, também soube mostrar o seu lado literário. Luís sempre estudou em escolas públicas, vindo a se formar em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará no ano de 1973.
Bernardes, sempre procurou aprimorar-se, fazendo inúmeros cursos, dentre eles, os cursos de: análises de solo, conservação de rodovias e frequentando e ministrando várias palestras. Como engenheiro atuou em áreas diversas, sendo engenheiro de campo, fiscal, auxiliar e chefe. Seu campo de atuação é enorme. Chegou a dar aulas em Picos e em outras cidades, bem como foi sócio-fundador da Unidade Escolar São Francisco.
Luís Bernardes foi e é muito importante para Picos, tendo sido fundador e sócio de várias entidades e associações de grande importância para o desenvolvimento da cidade modelo, como: APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, Samambaia Campestre Clube, Picoense Clube, entre outros. Seu maior feito foi, com certeza, a fundação da ALERP - Academia de Letras da Região de Picos, onde ocupa a cadeira número 06, patroneada por Alberto de Moura Monteiro.
Além das várias atividades profissionais desempenhadas ao longo de sua vida, Luís Bernardes ainda presidiu a Associação dos Engenheiros de Picos - ASPENP foi tesoureiro da Academia de Letras da Região de Picos, em duas gestões consecutivas. e atualmente ocupava a Diretoria de patrimônio da ALERP.
Foi engenheiro da Secretaria de Obras do Município de Picos, oportunidade em que ocupou a Secretaria de Obras interinamente, engenheiro concursado do 3º. BEC - Batalhão de Engenharia de Construção, tendo atuado como fiscal de obras na construção da BR 020 no trecho São João - Simplício Mendes e durante 23 anos foi engenheiro de campo e de escritório do DER/PI - Departamento de Estradas e Rodagens do Piauí.
Na área literária, Luís Bernardes, se notabilizou com várias publicações, seja na área poética, seja na espírita, pois com o seu largo conhecimento e profundidade no espiritismo fez algumas publicações.
Luís também tem manifestações denunciativas, como o livro "Nordeste - Grande Sertão" que retrata a situação de miséria e seca em que vive o povo sertanista.
Luís Bernardes é um nome a ser lembrado pela sociedade picoense e nordestina pelos seus grandes feitos, dentre eles a jejum de 33 dias, sem se alimentar, que resultou numa obra literária. O feito era um desabafo silencioso contra a corrupção.
Participou de algumas sociedades com alguns familiares, como na Unidade Escolar São Francisco (Colégio de 1º e 2º Graus), juntamente com seus irmãos fizeram trabalho educativo, e na empresa Rosa-lo de Bernardes e Bernardes, sendo esta empresa fabricante de cal e tintas hidratadas.
Obras publicadas
As vozes dos vinhedos verdes vêm dos ventos; Espírita com visão de Mundo; Nordeste grande sertão; Espírita com dimensão de mundo e ainda participou da coletânea "Mil poetas brasileiros" com a poesia "A LUA" publicada pela Instituição Internacional da Poesia, editada por Tony Carrér.
Obras inéditas
Diário de um grevista de fome - O homem que passou 33 dias sem comer no Nordeste; Espírita com consciência de Mundo.
Por Wallyson Bernardes