20/12/2022 - Jesika Mayara
O Piauí registrou 14 mortes pela dengue, segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), e Teresina, de acordo com a Fundação Municipal de Saúde (FMS), contabiliza 11 óbitos pela doença. Conforme Igor Queiroz, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o Índice de Infestação Predial (IIP) também está com altas taxas.
Esse índice mede o risco de adoecimento da população pelas doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypt e é produzido através da análise das larvas de mosquitos coletadas nos imóveis, pelos agentes de endemias.
“O alto nível de infestação predial faz com que os casos aumentem e consequentemente os casos mais graves também podem ocorrer, onde vão surgir sinais de alerta e os pacientes vão apresentar casos mais graves, até de internação. Devido esses muitos números de casos algum podem procurar atendimento e não serem atendidos adequadamente, isso faz com que a chance de mortes aumentem”, explica o infectologista Igor.
Além disso, o médico explica que o vetor transmissor da doença, o Aedes aegypti, é um inseto que está distribuído por todo o território nacional.
O Brasil registrou 978 mortes por dengue em 2022. O total acumulado neste ano até 5 de dezembro já supera o verificado em cada um dos últimos seis anos. O número é um alerta para uma nova epidemia da doença, que vem atingindo todas as regiões e deve se manter nos primeiros meses de 2023.
“Primeiramente evitar os criadouros, ter cuidados com as suas casas, terrenos baldios onde há lixo entulhado, garrafas, plásticos e pneus devem ser bem acondicionado em sacos plásticos e coletado pelo sistema de limpeza urbana. Outra coisa também a se fazer seria a utilização de repelentes”, afirma o profissional.
No cruzamento da rua Zuca Lopes com a rua Antônio Monteiro, no bairro Parque Alvorada, na Zona Norte de Teresina os moradores da região convivem com uma obra inacabada que acumula água parada, principal criador do mosquito transmissor da dengue.
Essa é a realidade de alguns piauienses que vivem o aumento de casos da doença, segundo boletins epidemiológicos, em 670,4% comparado ao mesmo período de 2021.
“Aqui não tem uma pessoa no bairro para dizer que não pegou Dengue ou Chikungunya, tem moradores que já foram embora e colocaram a casa para alugar, porque não aguentamos mais, vivemos sempre adoecendo”, denuncia a funcionária pública Creuzelita Ferreira que pegou Chicungunya no mesmo período em que seu filho.
Em nota, a Superintendência de Ações Administrativas Descentralizadas Centro (Saad centro) Informou que vai fazer a instalação de uma bomba para drenagem na área denunciada pelos moradores, o que, segundo eles, dará o fim do acúmulo de água nessas vias.
Em nota, a Superintendência de Ações Administrativas Descentralizadas Centro (Saad centro) Informou que vai fazer a instalação de uma bomba para drenagem na área denunciada pelos moradores, o que, segundo eles, dará o fim do acúmulo de água nessas vias.
Com a chuva, aumentam os riscos de água parada. É o cenário perfeito para que o Aedes aegypti se reproduza.
O infectologista Alexandre Naime Barbosa também cita a falta de políticas públicas para orientar e incentivar à população a combater a dengue.
“Para você controlar a dengue, você precisa controlar o vetor. Para controlar o vetor, você precisa da colaboração da população e de ações públicas. As ações nos municípios foram bastante diminuídas por conta da pandemia, como os ‘fumacê’ e as visitas dos agentes de saúde e de endemias”, diz Barbosa.
Fonte: G1 Piauí