Picos(PI), 22 de Novembro de 2024

Matéria / Política

Justiça concede liberdade a ex-procurador Emir Filho e familiares

O argumento para o pedido de soltura se baseou na falta de requisitos para a prisão

25/10/2016 - Jesika Mayara

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17acf328eae56be60d5234fcd775.jpg Emir Martins (Foto: Cidade Verde)
17acf328eae56be60d5234fcd775.jpg Emir Martins (Foto: Cidade Verde)

O advogado Lucas Villa informou que realizou pedido de soltura do ex-procurador geral de Justiça do Piauí, Emir Martins Filho e seu filho, Tiago Saunders Martins, na tarde de ontem (24). Segundo ele, a liminar já foi concedida pela justiça e todos os presos na Operação IL CAPO devem ser soltos ainda hoje (25). Segundo ele, o argumento para o pedido de soltura se baseou na falta de requisitos para a prisão.

Villa informou que o pedido de prisão estava baseado em um requisito da prisão preventiva, a manutenção da ordem pública.

"O juiz considerou que não havia motivos para a manutenção da prisão e decidiu a favor da soltura. Inicialmente o habeas corpus foi pedido apenas para o ex-procurador, seu filho e sua nora, mas de ofício a decisão abrange todos os presos na operação, pois os argumentos são os mesmos", disse ele.

Os promotores tomaram conhecimento da soltura pela imprensa, durante entrevista coletiva. O promotor Sinobilino Pinheiro, promotor de justiça que integra o Gaeco, informou que a soltura é natural e que não deve prejudicar as investigações. 

"O habeas corpus é natural. E havendo mesmo esse deferimento, iremos ver quais as novas medidas que iremos tomar e só poderemos averiguar a decisão daí em diante, de forma que não venha a prejudicar as investigações. O início das oitivas estava marcado para hoje e vai continuar, mesmo com a soltura", informou.

Os presos estão sendo mantidos no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Teresina.

IL CAPO

A operação IL CAPO foi deflagrada na manhã de ontem (24), após investigações do Conselho Nacional do Ministério Público e do Ministério Público do Piauí, em parceria com a Polícia Militar e Rodoviária Federal. O nome da operação, que significa "o chefe", em italiano, faz referência ao ex-procurador geral de justiça, Emir Martins Filho. Segundo o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele liderou um esquema de corrupção que desviou pelo menos R$ 8 milhões de 2004 a 2008, do MPE/PI.

No total, 12 mandados de prisão temporária foram expedidos. As prisões são destinadas a familiares e pessoas próximas do ex-procurador, que se beneficiaram com o esquema. Até agora foram confirmadas as prisões de cinco pessoas: Emir, seu filho - Tiago Sauders Martins, sua nora - Susyane Araujo Lima Sauders Martins, a ex-esposa do procurador - Maria da Gloria, e Mariana, uma sobrinha do procurador.

Os desvios consistiam em fraudes na folha de pagamento do Ministério Público, em que supostos estagiários recebiam salários de até R$ 30 mil. Os valores retornavam para as contas de Emir, segundo o Gaeco. Havia ainda nomes de familiares - não relacionados ao MPE/PI - que constavam na folha de pagamento.

Todos devem responder por organização criminosa. O ex-procurador geral poderá ser responsabilizado ainda por corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Uma das consequências de uma possível condenação é a perda da aposentadoria como procurador.

Fonte: Cidade Verde

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