Picos(PI), 23 de Novembro de 2024

Matéria / Polícia

Ex-PM é condenado a 12 anos de prisão por tentar matar vizinha

09/06/2023 - Jesika Mayara

Imprimir matéria
P40G-IMG-c63fb37d1daf9f8913.jpg (Foto: Reprodução)
P40G-IMG-c63fb37d1daf9f8913.jpg (Foto: Reprodução)

O ex-policial militar Max Kellysson Marques Marreiros foi condenado pelo 2º Tribunal do Júri a 12 anos e 2 meses de prisão por tentativa de homicídio, dano, injúria e difamação contra uma vizinha no dia 28 de agosto de 2022. Ele ainda responde na Justiça pelo assassinato do radiologista Rudson Vieira Batista da Silva em um bar na zona norte da capital, no ano de 2019.

Max Kellysson foi preso no dia 18 de agosto de 2022 dentro de um supermercado. O julgamento foi realizado na quarta-feira e a sessão foi comandada pelo juiz Thiago Carvalho Martins.

Muito emocionada, a vítima chegou a chorar durante o seu depoimento realizado no julgamento e relatou o momento de terror que passou. Ela disse havia se mudado há três dias para o local, e que no dia do crime acordou de madrugada com barulhos de uma briga e que ouviu uma mulher pedindo por socorro. Ela relatou que depois a namorada de Max apareceu em seu apartamento pedindo ajuda.

Ela disse que o acusado começou a quebrar a porta do seu apartamento, momento em que ela correu para seu quarto e se escondeu no banheiro da suíte. “Eu fiquei pedindo socorro, gritando escandalosamente porque eu não conhecia ninguém, conversava com Deus sobre o que seria de mim. Enquanto ele quebrava a porta, eu escutava ela [a namorada] dizendo: ‘deixa ela, é só uma senhora’. Ele tentou quebrar a porta do banheiro, ficou me xingando e dizendo que iria me matar. Nesse momento ele saiu para pegar algo para quebrar a porta do banheiro. Quando ele arrombou a porta, estava com um extintor. Ele pegou nos meus cabelos e me puxou violentamente e me jogou na cama, me xingando sempre e me deu muitos socos”, afirmou.

A vítima só conseguiu fugir quando o acusado escorregou. Ela correu, mas no corredor do apartamento o acusado pegou novamente ela e voltou a agredir. A vizinha disse que a agressão só parou após um vizinho aparecer. "Ele foi falar com um homem, mas a porta do elevador abriu e eu saí engatinhando até lá. Quando ele foi perceber, a porta do elevador já estava fechando" disse a vítima que foi socorrida por outros moradores.

Já o ex-policial militar negou agressão contra a namorada e disse no julgamento que tinha bebido e que teve uma crise de pânico ao acordar e não ver a namorada no seu apartamento. Depois ele disse que viu ela saindo do apartamento da vizinha, e que mesmo vendo a moradora lá, suspeitou que a sua namorada poderia estar com um homem.

Em audiência, perante o juiz, o ex-policial fez o seguinte relato. 

“Eu bati na porta [da vizinha], ninguém abriu e eu comecei a bater na porta. Primeiro dei socos, depois vi um extintor de incêndio na parede, peguei e comecei a quebrar a porta. Na porta abriu um buraco, meti a mão e abri com a chave por dentro. Foi o momento que eu entrei. Quando eu entrei essa pessoa foi para o quarto. Eu não fui atrás dela, fiquei quebrando as coisas e mandando ela sair, pois não sabia quem estava lá dentro. Essa pessoa dentro do quarto estava gritando, mas eu não lembro o que ela estava falando. Fui para o quarto, a porta estava fechada, dei um chute e ela abriu. Não tinha ninguém, e a porta do banheiro estava trancada. Comecei a desferir chutes e socos, e a porta quebrou. Ela [a moradora] estava lá sentada no chão gritando muito. Foi quando puxei ela com muita brutalidade e botei ela para fora. Ela caiu de joelhos na lateral da cama. Olhei no banheiro e não tinha mais ninguém. Quando olhei de volta no quarto, ela não estava mais lá”, afirmou

Max Kellysson disse que depois de perceber que a mulher estava sozinha em casa, saiu do local, mas que não se lembra de muita coisa do que aconteceu depois.

“Depois daí tudo ficou muito confuso na minha cabeça e querendo saber o que estava acontecendo. Um senhor veio e falou comigo, mas eu estava sem compreender o que estava acontecendo”, revelou. Depois do ocorrido, ele fugiu do local.

Na decisão o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri considerou Max Kellysson culpado pelos crimes. Ele então foi condenado 11 anos, 1 mês e 12 dias de reclusão por tentativa de homicídio qualificado; por dano em 3 meses e 4 dias de reclusão; por injúria foram 2 meses e 24 dias de reclusão; e difamação foram 6 meses e 14 dias.

Crime contra radiologista

O crime ocorreu no dia 2 de dezembro de 2019, na Avenida Duque de Caxias. Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público, Rudson Vieira encontrava-se em companhia de amigos no bar quando Max Kellysson, que até então era um policial militar, estava importunando as mulheres presentes no local oferecendo, insistentemente, bebida para elas. Rudson teria se incomodado e pedido para que Max parasse com o comportamento. 

A denúncia afirma que ele não gostou da repreensão e então realizou um disparo de ama de fogo contra o radiologista Rudson. A vítima chegou a ser internada, mas morreu cinco dias após o crime.

 

Cidade Verd3

Facebook