04/07/2023 - Jesika Mayara
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (3), que ainda não é o momento de discutir quem poderia substituí-lo na disputa presidencial de 2026. Desde que foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última sexta-feira (30), Bolsonaro está impedido de assumir cargos públicos até 2030. Ainda cabe recurso da decisão da Justiça Eleitoral.
"Não é justo querer dividir meu espólio, eu tô na UTI, eu não morri ainda. Não tem um nome ainda de conhecimento do Brasil todo para fazer o que eu fiz, ao longo desses quatro anos. Nós ajudamos a surgir certas lideranças, como o Tarcísio [de Freitas], que é carioca, torcedor do Flamengo e governador de São Paulo. O [Romeu] Zema [governador de Minas Gerais] tem seu trabalho lá, o pessoal se voltou a ele contra o PT. Outros nomes, bons nomes, apareceram, mas não tem ainda esse carimbo para falar para o Brasil todo 'estamos juntos para 2026'. Espere um pouco mais. Vão aparecer aqueles precoces, [dizendo] 'nem à direta nem à esquerda, vamos para o centro, vamos unir todo mundo", afirmou Bolsonaro, durante entrevista à Jovem Pan.
O ex-presidente chamou o julgamento do TSE, que decidiu por sua inelegibilidade por cinco votos favoráveis e dois contrários, de "completamente sem pé nem cabeça". "Eu podia estar calado, porque agora nem mané eu sou, porque perdi direitos políticos, um julgamento completamente sem pé nem cabeça."
O julgamento da ação que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível foi retomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira (27).
Apesar de deixar em aberto eventual apoio a outro nome da direita, Bolsonaro disse que "não dará conselhos a ninguém". "Aprendi desde cedo que, mais importante do que ter uma informação, é saber como utilizá-la", completou.
Questionado se tem medo de ser preso, o ex-presidente respondeu que poderia ser detido apenas em caso de exceção. "Preso por quê? Só se for na base da arbitrariedade, o que não é novidade aqui no Brasil", declarou, em referência a Mauro Cid, Luis Marcos dos Reis e Max Guilherme, "três dos seus" que estão presos desde 4 de maio, acusados de participação em esquema de fraude de cartões de vacinação contra a Covid. Eles trabalhavam diretamente com Bolsonaro na Presidência da República.
Fonte: R7