08/03/2024 - Jesika Mayara
O Piauí registrou mais de 2 feminicídios por mês em 2023. Os dados são do boletim Elas Vivem: Liberdade de Ser e Viver, elaborado pela Rede de Observatórios da Segurança, que foi divulgado nesta quinta-feira (7).
Ao todo, 28 mulheres foram assassinadas, vítimas de crimes de feminicídio, em 2023.
O boletim Elas Vivem: Liberdade de Ser e Viver estudou os números referentes à violência contra as mulheres se referem a nove estados monitorados pela rede: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
Segundo a pesquisa, em 2023 no Piauí aconteceram:
O relatório foi assinado pela socióloga Marcela Castro, junto às assistentes sociais Lila Luz e Maria D’Alva Macedo.
“No tocante aos diferentes casos de violência contra as mulheres: violência física, violência psicológica, violência moral, as mulheres têm denunciado mais, procurado mais seus direitos. Mas no tocante aos feminicídios, de fato, os casos têm aumentado”, explicou a socióloga.
Feminicídios em 2023:
Ainda segundo a pesquisa, o Piauí registrou o maior crescimento nos crimes ligados a gênero em 2023 entre os nove estados pesquisados, com 202 casos. Em relação a 2022, quando 113 casos foram notificados, o aumento é de 78,76%. No ano passado, ao menos 8 mulheres foram vitimas de violência doméstica a cada 24 horas.
Em 2023, Teresina contabilizou o maior número de eventos de violência contra a mulher entre os estados pesquisados: foram 77 ocorrências, o que representa 38,12% da quantidade total de casos de violência contra mulheres do estado. A segunda cidade do Piauí com maior número de casos foi Parnaíba, que registrou 15 vítimas.
As colaboradoras da Rede de Observatórios defendem a qualificação e humanização de profissionais e o fortalecimento e ampliação dos Centros de Referências a fim de coibir novos casos e a revitimização das mulheres.
A SOS Mulher, campanha da Rede Clube que tem como foco o combate à violência contra as mulheres, chega a sua 2ª edição em 2024 com a proposta de discutir, apoiar e buscar maneiras de ampliar a rede de proteção à mulher.
Nesse sentido, a Rede Clube produzirá, em todos os seus veículos, reportagens especiais sobre o panorama da violência, as relações de poder, a violência em todas as classes sociais e, principalmente, os caminhos para pedir socorro.
As mulheres vítimas de violência podem denunciar e buscar ajuda nos seguintes canais:
Fonte: G1 PI