06/01/2017 - Jesika Mayara
Mais um prefeito do Piauí decretou estado de emergência por conta de colapso na administração municipal. Desta vez foi o gestor de Santa Cruz do Piauí, Barroso Neto, do PTB. Segundo ele, as áreas mais afetadas são educação, saúde, transporte e limpeza pública. O decreto vale por 70 dias com possibilidade de prorrogação por mais 30.
O prefeito relatou que encontrou a sede do Executivo municipal com a energia cortada e todos os computadores formatados.
“Fiz uma visita à prefeitura no domingo, após a posse, e me deparei com a energia cortada. Entramos à luz de velas. A Eletrobras cortou por inadimplência. Detectamos também a ausência de arquivos nos computadores. Todas as máquinas foram formatadas e não temos acesso a esse patrimônio burocrático como decretos e contratos”, declarou.
O gestor disse ainda que fez visitas aos postos de saúde e encontrou as unidades totalmente sucateadas, bem como o hospital local sem medicamentos e as escolas sem merenda. “Vou informar essa situação ao TCE e a imprensa, como gestor que sou. Vamos fazer uma força tarefa para que a administração retorne ao nível normal”, afirmou.
Nesta quinta-feira, o TCE anunciou que fará auditoria em municípios com decreto de emergência e calamidade. O tribunal quer saber se a situação dos municípios justifica a adoção da medida.
Outro lado
O ex-prefeito, o médico Santino Xavier Filho (PRTB), rebateu as acusações do atual gestor e disse que deixou a prefeitura do município organizada e com o funcionalismo quase em sua totalidade paga.
“Está tudo dentro dos padrões normais. Não era obrigação deixar o funcionalismo pago o mês de dezembro, mas deixei, faltando apenas três ou quatro servidores da Educação que tinham conta poupança e não dava para fazer agendamento. As ambulâncias funcionando normalmente, a limpeza da cidade tudo ok, os ônibus escolares funcionaram até o último dia de aula, as máquinas também”, especificou o ex-prefeito.
O médico disse que o único débito que deixou foi uma conta de energia do mês agosto ou setembro que não foi pago na época por falta de saldo, já que era débito em conta e que quando foi avisado do corte, solicitou um novo boleto, mas que quando chegou a conta já estava bloqueada.
“O débito ocorria a cada dia 20, mas quando os repasses caíram, não houve saldo suficiente e a Eletrobras não reapresentou a cobrança. Quando vieram cortar, já em dezembro, eu solicitei o boleto, mas só chegou depois do dia 20 e as contas já estavam bloqueadas”, explicou Santino Xavier.
Sobre os computadores, o ex-prefeito disse que deixou do jeito que encontrou quando assumiu no início de 2016.
Fonte: Cidade Verde