31/07/2024 - Jesika Mayara
O Ministério da Fazenda publicou nesta quarta-feira (31) uma portaria que estabelece regras para o funcionamento de jogos de apostas online, como o Fortune Tiger - mais conhecido no Brasil como jogo do Tigrinho.
A publicação faz parte do processo de regulamentação das apostas no Brasil, aprovado pelo Congresso Nacional no ano passado através da Lei das Bets. As regras já começam a valer em 2025.
Pelas novas regras, os jogos de apostas online, como o Jogo do Tigrinho, devem ter transparência na hora de informar a possibilidade de ganhos e vitória, além de também informar com clareza como serão feitos os pagamentos.
O resultado do jogo online, principal alvo de questionamento pelos usuários, deverá ser determinado por um gerador randômico de números, de símbolos, figuras ou de objetos definidos no seu sistema de regras, prevendo uma possibilidade de vítoria.
Para que as empresas de apostas ofereçam jogos deste tipo em suas plataformas, elas vão precisar de uma autorização do Ministério da Fazenda. Os jogos de aposta online, considerados de quota fixa, deverão possuir um certificado do ministério da Fazenda, que fará uma avaliação caso a caso.
Jogo do Tigrinho: Investigações, vício e golpes
O Jogo do Tigrinho se popularizou através de anúncios nas redes sociais e campanhas com influenciadores digitais. O jogo simula uma espécie de caça-níquel, no qual o jogador faz uma aposta e aciona uma roleta em busca de sequências de figuras repetidas para recompensas em dinheiro.
Por não ser regulamentado, o jogo não deixa claro quais são as possibilidades de vitória e nem quanto o jogador poderá ganhar em cada jogada. Para piorar, as parcerias feitas com os influenciadores incluíam propagandas enganosas de lucros exorbitantes e vitória facilitada.
Uma investigação contra influenciadores conduzida pela Polícia Civil de Alagoas mostrou que, para simular ganhos com o jogo, influenciadores utilizam um aplicativo ‘demo’ (uma versão editada do jogo real) que sempre resultava em vitória.
Uma mulher de Maceió, que foi vítima desses anúncios, contou aos investigadores que todo o patrimônio da família foi perdido depois que o neto apostou tudo na plataforma. O prejuízo foi de R$ 400 mil.
Fonte: Itatiaia