Picos(PI), 22 de Fevereiro de 2025

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Grave acidente com carreta de etanol contamina solo em Picos, diz Semarh

21/02/2025 - Jesika Mayara

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P40G-IMG-dc758b833ca2d5f2b8.jpg (Foto: PRF)
P40G-IMG-dc758b833ca2d5f2b8.jpg (Foto: PRF)

Uma parte do etanol hidratado que vazou após uma carreta tombar e pegar fogo na BR-316, em Picos, no Sul do Piauí, contaminou o solo do local. De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), uma área de aproximadamente mil metros quadrados foi afetada.

O acidente ocorreu no último domingo (16), na altura da Ladeira de Fátima. O condutor do veículo de carga, Adomárcio Xavier Pereira, de 40 anos, natural da Bahia, morreu no local.

“Foi um derramamento parcial. O transporte era de 60 mil litros de etanol, mas, durante o acidente, apenas parte dele infiltrou no solo. Acredito que cerca de 20 mil litros foram queimados ou absorvidos pelo solo. Atualmente, temos uma área de aproximadamente mil metros quadrados contaminados”, explicou Renato Nogueira, auditor fiscal ambiental da Semarh.

Segundo Nogueira, a carreta permanece no local e ainda armazena cerca de 40 mil litros do produto nos dois tanques remanescentes. Ele destaca que a prioridade no momento é a remoção segura do etanol, um processo dificultado pelas condições de acesso ao local do acidente.

“É necessário fazer o transbordo do etanol que ainda está lá, remover os tanques de combustível e a estrutura do caminhão. O grande problema é o acesso, pois o veículo caiu em um barranco de aproximadamente 20 metros em relação à BR-316. O acesso está sendo construído pela parte inferior da serra, onde o terreno é não pavimentado e precisará suportar a movimentação de veículos pesados. Ainda não sabemos como serão as próximas chuvas, então não há previsão para a conclusão dessa ocorrência”, ressaltou.

Somente após a retirada do produto e da estrutura do caminhão, será decidido se o solo contaminado precisará ser removido. “É um solo de difícil acesso, com muitas rochas, o que complica a remoção. Ainda estamos analisando a viabilidade dessa retirada, pois, em alguns casos, pode ser menos impactante permitir a remediação natural”, explicou Nogueira.

Ele também alertou sobre os riscos de novos incêndios e orientou a população a evitar a área. “Esse produto é inflamável e apresenta risco de explosão. Ele pode causar irritação no sistema respiratório, afetar o fígado e provocar náuseas em quem se aproxima sem os devidos cuidados. A área está sob vigilância 24 horas, e não há riscos imediatos desde que não haja perturbações externas. Pedimos à população que não pare na rodovia para tirar fotos, pois é um local perigoso, com intenso tráfego de caminhões pesados”, alertou.

A Semarh informou que não há recursos hídricos próximos ao local do acidente e que o povoado mais próximo, situado a 700 metros, não corre risco de contaminação.

Uma empresa especializada em emergências ambientais foi contratada para realizar a limpeza e recuperação da área afetada. Após a conclusão dos trabalhos, a Semarh fará uma avaliação final para determinar a extensão dos danos e aplicar as medidas administrativas cabíveis, conforme a legislação ambiental vigente.

A investigação das causas do acidente está a cargo da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

 

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