03/03/2017 - Jesika Mayara
Após receber denúncias por meio das redes sociais sobre os maus tratos aos animais que se encontram no curral público de Picos, a Organização não Governamental Amigos Protetores dos Animais de Picos (APAPI) foi até o local na terça-feira, 28, e contatou a veracidade da denúncia.
Os animais aprendidos nas ruas de Picos são levados ao curral localizado no Matadouro Público Municipal, no povoado Aroeiras do Matadouro. Segundo a vice-presidente da APAPI Sanya Elayne, foi estarrecedor ir até o local.
“Mesmo com o comércio fechado, compramos cerca de 40 quilos de milho triturado e levamos para os animais. Chegando lá estava um caos, tinha no estabulo dois cavalos aparentando sinal de magreza, água barrenta e a lama dava na altura da canela devido à chuva. Não havia nenhum local seco para os animais deitarem”, disse Sanya.
A ONG busca parcerias com o poder público e com as entidades não governamentais para que não exista apenas a compaixão, mas também ações que garantam o direito à vida e ao bem estar dos animais.
Ainda segundo Sanya, a comida para animais de grande porte deve ser dividida em frações ao longo do dia, por no mínimo quatro vezes, além disso a água deve ser limpa e a vontade, uma vez que eles bebem entre 19 e 57 litros de água por dia.
Além dos cavalos os protetores flagraram cerca de seis jumentos também em condições precárias. “Entre os maus tratos que presenciamos no local estavam o fato de manter os animais em local pequeno e anti-higiênico, os mesmos não estavam abrigados do sol e chuva, não eram alimentados e nem tinham oferta de água, além de não terem assistência médica”, disse a vice-presidente.
Os protetores não tiveram conhecimento sobre a existência de algum funcionário para cuidar dos animais.
“Se não tem condições de cuidar desses animais de forma digna que não os recolham até porque eles estão amparados pela declaração universal dos animais, no artigo I fala que todos os animais nascem iguais e tem o mesmo direito a existência. Estamos realizando um relatório eu será enviado pela nossa assessoria jurídica que vai tomar as medidas cabíveis entrando em contato com o poder público municipal e se preciso com o Ministério Público”, disse Sanya.
Versão do secretário municipal de meio ambiente
O secretário municipal de meio ambiente, Filomeno Portela Richard Neto, reconheceu a situação precária do curral, mas disse que os animais não estão passando fome.
“Queria pedir a população de Picos para que criem seus animais presos não colocando em risco a população. Reconhecemos a situação precária do local, mas fome eles não estão passando, porém também não estão desfrutando de uma situação de engorda. Estão comendo uma refeição por dia, apesar de pouco é o que nós podemos oferecer, além de água a vontade”, disse o secretário.
Filomeno informou ainda que os animais serão transferidos para um roça de aproximadamente três hectares. “Eu estou plantando capim nessa roça. Quero dizer aos proprietários que nós não vamos engordar animais de nenhum cidadão, nossa obrigação é mantê-los vivos. Eles vão comer uma refeição por dia e damos graças a Deus. Além do milho e ração é dado capim triturado”.
A secretária está organizando um leilão público para buscar destino para esses animais.