17/05/2025 - Redação
(Foto: Reprodução)
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A Polícia Federal prendeu Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, líder do PCC e apontado como substituto de Marcola na facção. A prisão aconteceu na Bolívia.
A informação foi confirmada pela CNN com fontes na PF.
A prisão
Uma ação coordenada entre a Polícia Federal brasileira e a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) da Bolívia resultou na prisão de Tuta na tarde desta sexta-feira (16) em Santa Cruz de la Sierra. Ele foi detido sob a acusação de utilizar documento de identificação falso.
Segundo a PF, Tuta foi condenado no Brasil por associação criminosa e lavagem de capitais, com uma pena superior a 12 anos. Seu nome constava na Lista de Difusão Vermelha da Interpol, um alerta internacional para a localização e prisão de indivíduos procurados em diversos países.
No momento, o líder do PCC permanece sob a custódia das autoridades bolivianas. Ele aguarda a confirmação formal de sua identidade e os trâmites legais que podem resultar em sua extradição para o Brasil, onde deverá cumprir a pena imposta pela justiça brasileira.
Quem é Tuta
Antes de ser o número 1 do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas ruas, Tuta trabalhou como adido comercial no Consulado de Moçambique em Minas Gerais, à época, ele estava foragido. Tuta ocupou a função no período de julho de 2018 até julho de 2019.
Ele foi condenado a 12 anos de prisão pela 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, por associação criminosa e lavagem de dinheiro em fevereiro de 2024.
Segundo Deusdete Januário Gonçalves, ex-cônsul-honorário da República de Moçambique em Minas Gerais, que afirmou desconhecer as ligações de Tuta com o crime, ele era “um homem de grande idoneidade” e que “desempenhava sua função corretamente”. O depoimento consta no processo onde Tuta e outros três integrantes do PCC, acusados de lavar R$ 1 bilhão da facção, oriundos do tráfico internacional de drogas.
Tuta, ainda segundo o depoimento, apresentou sua folha de antecedentes à Justiça Federal e Justiça mineira, antes de ser contratado. Com a intimação do ex-cônsul a falar como testemunha de defesa de Tuta, ele o desligou do quadro de funcionários do consulado. Após ser demitido, com Marcola isolado no sistema carcerário federal, ele foi apontado como o substituto imediato do líder máximo do PCC.
Além de Tuta, foram condenados:
Odair Lopes Mazzi Júnior, o Dezinho: pena de 16 anos e 11 meses
Robson Sampaio de Lima, o Tubarão: pena de 16 anos e 11 meses
Eduardo Aparecido de Almeida, o Pisca: pena de 12 anos e seis meses
O juiz Leonardo Valente Barreiros destacou que os quatro condenados lavaram o dinheiro do PCC mediante o esquema de “dólar cabo”, conhecida técnica de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, que é efetuar uma operação de câmbio, visando a saída de moeda para o exterior, sem autorização legal.
O juiz também destaca que, mesmo presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, os chefões do PCC ainda seriam responsáveis por crimes, como tráfico de drogas e armas, atentados contra agentes públicos e corrupção ativa.
“Expulsão” do PCC
Após ser expulso do PCC, por ordenar, em 2021, a morte de Nadim Georges Hanna Awad Neto, o Nadim, Tuta teve a morte anunciada pelo MP por conta da ordem de morte do ex-companheiro de fação.
O motivo do assassinato seria por não cumprir a missão de resgatar líderes da organização criminosa recolhidos desde fevereiro de 2019 em penitenciárias federais, especialmente nos presídios de Brasília (DF) e Porto Velho (RO).
Logo depois, o MP-SP tornou público um “salve” do PCC, onde a organização informava que Tuta não tinha sido assassinado, e sim expulso da organização sob as acusações de “má conduta” e “falta de responsabilidade”.
O “salve” foi divulgado em 26 de abril de 2022, se espalhando pelo sistema prisional paulista. A mensagem dizia que “Tuta estava na luta dele em comunicação com a sintonia do PCC, diferentemente do que a mídia estava informando”.
Fonte: CNN Brasil