Picos(PI), 16 de Novembro de 2025

Matéria / Saúde

Café puro pode aumentar longevidade e reduzir risco de doenças cardíacas

02/07/2025 - Redação

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P40G-IMG-432a95ef81a03c9093.jpg (Foto: Reprodução)
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Beber café regularmente pode estar associado a uma vida mais longa, mas há um detalhe importante: os efeitos positivos parecem estar ligados principalmente ao consumo da bebida em sua forma mais pura, sem açúcar, creme ou leite. A constatação vem de um novo estudo publicado em junho no The Journal of Nutrition, que reforça o papel do café preto na promoção da saúde.

A pesquisa analisou dados de quase duas décadas de levantamentos nacionais nos Estados Unidos, envolvendo mais de 46 mil pessoas com 20 anos ou mais. Os participantes relataram o que consumiram em um período de 24 horas e, com essas informações, os pesquisadores investigaram as associações entre o consumo de café e o risco de morte por diferentes causas, incluindo doenças cardiovasculares e câncer.

Quem tomava uma ou duas xícaras diárias de café com cafeína apresentava menor risco de mortalidade geral e por causas cardíacas. Especificamente, a ingestão de café preto ou com baixos níveis de açúcar e gordura saturada esteve relacionada a uma redução de 14% no risco de morte por todas as causas, em comparação com quem não consumia a bebida.

"Os benefícios do café para a saúde podem ser atribuídos aos seus compostos bioativos, mas nossos resultados sugerem que a adição de açúcar e gordura saturada pode reduzir os benefícios na mortalidade", explica a professora Fang Fang Zhang, da Friedman School, uma das autoras do estudo.

O levantamento mostrou ainda que o consumo diário de uma xícara foi associado a uma redução de 16% no risco de morte. Quando a dose aumentava para duas ou três xícaras, a relação positiva chegava a 17%. No entanto, ultrapassar essa quantidade não trouxe ganhos adicionais, e os benefícios cardíacos diminuíam com o consumo acima de três xícaras por dia.

Além de destacar o café como aliado da saúde, o estudo também chamou atenção para o impacto dos aditivos. "Poucos estudos examinaram como os aditivos de café podem impactar a relação entre o consumo de café e o risco de mortalidade, e nosso estudo está entre os primeiros a quantificar a quantidade de adoçante e gordura saturada adicionada", afirma Bingjie Zhou, autora principal da pesquisa.

Os pesquisadores ressaltam, contudo, que o estudo tem limitações. As informações sobre alimentação foram autorrelatadas, o que pode gerar distorções nos dados. Por isso, reforçam que novas pesquisas são necessárias para confirmar as descobertas. Ainda assim, o trabalho fortalece a recomendação de reduzir açúcar e gordura saturada na dieta, inclusive no café.

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