17/03/2017 - Jesika Mayara
A espera para realizar o sonho da casa própria têm causado angustia em algumas famílias picoenses contempladas pelo programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida”. Em Picos, dois conjuntos habitacionais beneficiarão 884 famílias de baixa renda, mas o atraso na conclusão das obras tem adiado a entrega dos empreendimentos.
O caso mais grave diz respeito ao Conjunto Habitacional Lousinho Monteiro, localizado na estrada que liga Picos a Santana do Piauí, que inicialmente tinha previsão de entrega para abril de 2015.
O Banco do Brasil, que financia o projeto, não conseguiu entrar em acordo com a Eletrobrás sobre a instalação da rede elétrica e a entrega das casas podem demorar ainda mais.
A constrangimento tem unido as famílias contempladas, que organizam um protesto público com o objetivo de buscar a resolução através das autoridades competentes.
Aluguel continua a ser pesadelo
Desempregada e mãe de duas filhas e residente no bairro Paroquial, Edvânia Rodrigues Pereira, de 25 anos, sofre com o dilema do atraso na entrega da sua unidade habitacional.
“Moro de aluguel, a casa está toda rachada, quando chove não temos como ficar aqui dentro, parte de uma parede já desabou e a qualquer momento a casa pode desabar. O proprietário do imóvel já pediu pra mim sair, mas não tenho para onde ir. Tenho duas crianças e sobrevivo do Bolsa Família e da ajuda da minha mãe. Quero a chave da minha casa logo, não tenho mais condições de ficar aqui”, disse Edvânia.
Contemplada em 2015, Edvânia já sabe o endereço da sua nova residência, mas ao buscar as autoridades responsáveis para saber quando os empreendimentos seriam entregues ela sempre volta sem respostas.
A situação da senhora Maria Samarita da Conceição, também não é diferente. Ela assim como Edvânia mora no bairro Paroquial em área de risco. Contemplada também em 2015, espera a entrega da sua nova casa.
“Não tenho condições de pagar aluguel, moro com o meu marido que não tem emprego e com o meu filho que é deficiente mental, vivemos com a aposentadoria do meu filho. Já era pra gente ter recebido essas casas, todo mundo diz que já está tudo pronto, e porque não recebemos? A casa que eu moro já está para cair em cima de mim”, disse Maria Samaritana.
Ela conta que tem esperanças de receber sua casa ainda esse ano. “Não tenho mais como pagar aluguel, vivemos com um salário e todo mundo sabe que um salário não dá para nada. Com fé em Deus e em Nossa Senhora Aparecida receberei essa casa logo”.
Também contemplada, Raylane Silva, entre as personagens da matéria é a que se encontra em situação mais crítica. A casa em que morava de aluguel com a família desabou nessa semana.
Abrigada na casa de familiares, a empregada doméstica, espera receber a residência a qual foi contemplada.
A nossa redação buscou a coordenadoria municipal de habitação de Picos, mas não conseguiu localizar a coordenadora.