26/04/2017 - Jesika Mayara
Uma pesquisa recente do Ministério da Saúde mostra que o brasileiro está cada vez mais hipertenso. Diante disso, no Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, o Picos 40 Graus buscou um cardiologista para explicar o que é a doença, assim como as formas de prevenção.
“A hipertensão arterial é uma doença sistema, provavelmente de origem genética. A maior parte dos pacientes têm hipertensão essencial, que por características e heranças genéticas desenvolvem o enrijecimento dos vasos que saem do coração, fazendo com que o órgão aumente suas pressões de enchimento, o que denominamos de hipertensão arterial sistêmica”, explicou o cardiologista Raimundo Reis.
Popularmente conhecida como pressão alta, a hipertensão é assintomática, onde o paciente passa anos sem sentir nenhum tipo de indício. Seus sintomas estão correlacionados a alterações em órgãos nobres, como cérebro, rins, olhos, além de músculos e sistema cardiovascular.
“O paciente não vai sentir os sintomas da hipertensão, ele vai sentir a manifestação da complicação da hipertensão. Quando os picos de pressão estiverem elevados poderá desencadear crises de dor de cabeça, cansaço, falta de ar, inchaço e aumento dos níveis progressivos de pressão, por exemplo. Pacientes hipertensos mais controlados tem o maior risco de ter um infarto agudo do miocárdio, ou seja, o fechamento do vaso que irriga o coração”, relatou o médico.
Por ser uma doença silenciosa, Raimundo Reis afirmou que ela é uma das causas de maior mortalidade no mundo e está entre as principais causas de óbito, na macrorregião de Picos.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é bastante simples e pode ser feito por diferentes profissionais da saúde através da aferição da pressão arterial. O exame é gratuito e realizado em Postos de Saúde da Família e farmácias.
É recomendável que o adulto verifique sua pressão arterial com intervalo de seis meses, principalmente se tiver histórico na família, com o objetivo de se realizar um diagnóstico precoce.
Grupo de Risco
Pessoas com histórico de hipertensão na família, obesos, tabagistas, alcoólatras sedentários estão mais susceptíveis em serem diagnósticos com a doença. O médico acrescenta ainda, que o risco nas mulheres se potencializa após a menopausa, quando perde a proteção do estrogênio. Com o envelhecimento, para ambos os sexos, os riscos de desenvolver a doença também aumentam.
A hipertensão pode ser genética, mas também comportamental, o seu estilo de vida é que vai fazer que você se torne alguém que possa correr o risco de desenvolver a doença.
Tratamento e prevenção
A descoberta precoce prolonga os anos de vida do paciente. O tratamento pode ser feito através de medicamentos e/ou da mudança do estilo de vida, com uma alimentação saudável, hábitos saudáveis, atividade física regular.
“Os estudos mostram que atividade que física regular é capaz de tratar a hipertensão em estágios leves, mas não vale aquela atividade do dia a dia, elas precisam levar cerca de 40 minutos e serem feitas no mínimo cinco vezes por semana. Além disso o controle do peso é fundamental, os estudos também mostram que a cada dez quilos perdidos, existe uma queda substancial dos níveis de pressão. Vale também o cuidado com o estresse e a ansiedade”, disse o cardiologista.
Quando não identificada precocemente, a hipertensão pode comprometer o organismo e até levar a morte. Estima-se que existam mais de 30 milhões de hipertensos no Brasil, sendo que, segundo o Ministério da Saúde, apenas 10% desta população faz o controle adequado da doença.