Picos(PI), 24 de Novembro de 2024

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Projeto vai produzir 600 mil mudas para ajudar no reflorestamento da Caatinga

A ação também beneficiará cerca de três mil apicultores

30/04/2017 - Jesika Mayara

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6f6c6549129b5800e452f2348fd6.jpg (Foto: Cidade Verde)
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Um projeto para produção de 600 mil mudas nativas da Caatinga, com vistas ao reflorestamento, será umas das ações empreendidas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para preservação do bioma no Piauí. A ação também beneficiará cerca de três mil apicultores das regiões de Picos, São Raimundo Nonato, Simplício Mendes, Floriano, Piracuruca, Campo Maior, no Piauí, e de Crateús, no Ceará.

Em parceria com a Federação das Entidades Apícolas do Piauí (Feapi), as mudas produzidas serão do tipo “melíferas”, isto é, que produzem néctar e pólen, substâncias utilizadas pelas abelhas para a produção de mel. Esse tipo de vegetação também suporta altas temperaturas e demanda pouca água para sobrevivência. Entre as espécies, destacam-se angico de bezerro, marmeleiro, cipó uva, cajueiro, angico e jurema.

O projeto prevê ainda a mobilização de famílias de apicultores por meio de atividades de educação ambiental para sensibilização quanto à necessidade de conservação da Caatinga, a capacitação de produtores em gestão e manejo ambiental, o cadastramento e levantamento de áreas de potencial apícola polos produtivos no Piauí, entre outras ações.

Desde 2004, a Codevasf incentiva e apoia a produção de mel em regiões do semiárido piauiense e cearense, onde há predominância do bioma. O apoio ocorre por meio de construção e reforma de casas de mel, fornecimento de equipamentos e instrumentos utilizados para a extração, captação e fragmentação do mel e, ainda, da distribuição de vestimentas adequadas e de outros materiais necessários para o desenvolvimento da apicultura. As ações contribuíram para que o estado do Piauí tenha se tornado o maior produtor de mel do país em 2016.

“A Caatinga, por ser um bioma que abrange boa parte do semiárido, tem sido o foco de muitos trabalhos desenvolvidos pela Codevasf, e as principais ações são na questão do abastecimento de água, perfuração e instalação de poços tubulares, da construção e recuperação de barreiros, já pensando na manutenção e na dessedentação dos animais tanto os silvestres e os domésticos”, destaca o diretor da Área de Revitalização da Codevasf, Inaldo Guerra.

O gerente de revitalização da 7ª Superintendência Regional da Codevasf, sediada em Teresina, Ocelo Rocha, explica que a Companhia tem dado especial atenção à Caatinga em razão de o bioma abranger praticamente toda a área de atuação da empresa. “Nossa preocupação na região é principalmente focada em manter as populações que ali residem e esclarecer que elas também devem preservar as áreas de Caatinga”, completa o gerente.

Rico em biodiversidade

O Dia Nacional da Caatinga, instituído por Decreto Presidencial em 20 de agosto de 2003, é celebrado todos os anos em 28 de abril.

Único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga ocupa cerca de 844,4 mil quilômetros quadrados – o equivalente a 11% do território nacional – e engloba os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o Norte de Minas Gerais.

O bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente de seus recursos para sobreviver.

A biodiversidade da Caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, cosmético, químico e alimentício.

Apesar da importância, o bioma tem sido desmatado de forma acelerada, principalmente nos últimos anos, devido sobretudo ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável para fins domésticos e industriais, ao sobrepastoreio e à conversão para pastagens e agricultura.

Frente ao avançado desmatamento, que chega a 46% da área do bioma, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo busca concretizar uma agenda de criação de mais unidades de conservação federais e estaduais no bioma, além de promover alternativas para o uso sustentável da sua biodiversidade.

Fonte: Cidade Verde

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