(Foto: Reprodução/ Robério Costa)

(Foto: Reprodução/ Robério Costa)

As duas celas da Central de Flagrantes de Picos, projetadas para abrigarem apenas oito detentos, contavam até a sexta-feira, 05, com 18 presos de Picos e região.

Os presos encaminhados para a Central são mantidos em condições precárias. Além disso, o espaço que só poderia abrigá-los por um prazo máximo de 72 horas, quando se conclui o flagrante, está sofrendo com a permanência dos mesmos.

O delegado regional, Jonatas Brasil, afirmou que a Polícia Civil vem enfrentado dificuldades para encaminhá-los para a penitenciária Regional José de Deus Barros, que também sofre com o problema da superlotação.

“Quando prendemos alguém temos que ver se a penitenciária vai recebê-lo ou não.  A delegacia já se encontra superlotada uma vez que a penitenciária não está recebendo nossos presos”, disse o delegado.

Além da superlotação o local enfrenta outros problemas como a custódia de presos realizada pelos policiais civis, a falta de assistência médica e alimentação.

“A situação é muito complicada até porque não é atribuição da Polícia Civil custodiar presos, eles devem continuar aqui apenas o período da lavratura da prisão em flagrante, em seguida ele deve ser encaminhado aquém lhe é de direito, no caso o sistema penitenciário”, explicou Brasil.

O Picos 40 Graus buscou Sinval Hipólito, diretor da Penitenciária Regional José de Deus Barros, que explicou que a demora em receber os presos é decorrente da reforma que a unidade prisional vem passando.

“Pedi a compreensão dos juízes das comarcas que enviam presos para a penitenciária, uma vez que com a reforma do pavilhão D, tivemos que retirar 87 internos e abrigá-los nos outros pavilhões”, disse o diretor.

Sinval informou ainda que a reforma deverá ser concluída em um prazo de oito dias e que mesmo com as obras já recebeu cerca de 15 presos vindos da Central de Flagrantes de Picos.

Atualmente o presídio conta com 369 detentos, apesar de ter sido projetado para abrigar 144 pessoas.