02/06/2017 - Jesika Mayara
Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios mostra que o crack está presente em pelo menos 60% das cidades do Piauí e esse número pode ser ainda maior. Além de Teresina, cidades como Altos e Campo Maior estão tomadas pela droga.
Em todos esses municípios, a droga circula livremente principalmente entre os jovens e destrói muitas famílias. Só na Comunidade Terapêutica Casa do Oleiro, são 130 jovens que tentam mudar de vida. O problema é tão grave que as vagas foram divididos entre mulheres, adolescentes e também egressos do sistema prisional. O trabalho dá resultado, mas não consegue dar conta da grande demanda.
O diretor José Gouveia explicou que é preciso um apoio maior da sociedade pra oferecer oportunidade a quem sofre com a dependência química. “O melhor caminho é a prevenção. Mas como nós perdemos o controle não podemos olhar para os nossos irmãos que estão sofrendo com essa doença e não fazer nada”, comentou.
Alexandre Alves vivenciou o uso de drogas na rua. Começou a usar crack ainda na adolescência e só conseguiu largar o vício há um ano quando procurou ajuda. A droga levou o jovem ao fundo do poço. “A droga mata a pessoa ao poucos. Quando eu não tinha dinheiro eu ia ao sinal de trânsito ou roubava para manter o vício”, falou.
De acordo com o coordenador estadual de enfrentamento às drogas, Sâmio Falcão, são mantidos convênios com 22 casas de reabilitação. Além do tratamento, outras ações de prevenção também são realizadas. Segundo ele, a ausência de conselhos de políticas sobre drogas nos municípios dificulta o acesso a mais recursos nessa área.
“Poucos municípios tem a criação do conselho, infelizmente. A gente tem feito todo mês capacitação nas cidades voltada para profissionais multiplicadores desse enfrentamento as drogas e também orientado aos municípios a criar conselhos para vir recursos e desenvolver projetos”, explicou.
Depois de cinco meses de tratamento Cristiano Gomes já se sente melhor. Quer deixar pra trás a vida que levava e recuperar a dignidade. “Eu reconheci que da forma em que eu estava andando no meio da sociedade não era a correta. Atualmente eu dou graças a Deus por ter aberto as portas para mim e estou aqui me recuperando”, disse.
G1