17/11/2017 - Jesika Mayara
No dia 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial da Diabetes, a data foi escolhida devido ao nascimento do cientista canadense Frederick Bantin, que descobriu a insulina. Dessa forma, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia realiza durante o mês ações em todo o país, para alertar a população sobre a doença.
Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta.
De acordo como o endocrinologista, Leonardo Maia, a doença causa uma corrosão nas artérias e aumenta as chances de infarto, AVC, doenças arteriais periféricas, insuficiência renal e cegueira.
“Se você tem um pai, uma mãe ou irmão que é diabético você possui 50 % de chance de desenvolver a doença, mais isso vai depender da sua alimentação e da realização de atividades físicas, caso você tenha uma dieta balanceada e faça atividades periodicamente, irá demorar mais para se tornar diabético. Dessa forma, o grupo de risco é composto por pessoas obesas que tenham parentes que sejam diabéticos”, explicou o profissional.
O diagnóstico da doença se dá através do exame de glicemia em jejum. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é possível realizar testes rápidos para verificar sintomas indicativos de diabetes. Caso forem constatadas alterações na absorção de glicose no sangue, o médico pedirá um hemograma mais completo para confirmar o diagnóstico.
“O primeiro passo para o tratamento é a realização de uma dieta balanceada e pobre em carboidratos simples, dando prioridade aos carboidratos complexos. Caso o problema não seja controlado apenas com a dieta, entramos com medicação, que podem ser orais ou com insulina. O pior tipo de diabete é a descontrolada e o melhor é a controlada, não importa o tipo, já que as complicações causadas pela doença são decorrentes do descontrole e não da existência”, disse o endocrinologista.
O número de brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016. A pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, revela que as mulheres registram mais diagnósticos da doença – o grupo passou de 6,3% para 9,9% no período, contra índices de 4,6% e 7,8% registrados entre os homens.
De acordo com a Federação Internacional do Diabetes, metade dos adultos que tem a doença não sabem do diagnóstico. Leonardo explica que a falta de diagnóstico se dá pelo receio de ir ao médico.
“Isso é muito comum, principalmente entre os homens, que relatam que não vão ao médico por medo de descobrir alguma patologia. É a própria negação da doença, você não faz o exame para não saber que é diabético. Como se você o fato de descobrir te fizesse morrer mais rápido, o que é o contrário”, comentou.
Atividade física, dieta balanceada, tentar manter o peso ideal continuam sendo as principais dicas para não se desenvolver diabetes.