04/01/2018 - Jesika Mayara
Após acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), na madrugada desta quarta-feira, 03, e ser informado que a ambulância estaria em atendimento, o pedreiro José Wellington de Sousa resolveu levar sua esposa, Ednalva Ivanilda de Moura, a pé ao Hospital Regional Justino Luz.
Prestes a dar à luz ao seu terceiro filho, Ednalva sentia muitas dores, mas no caminho, a bolsa estourou e o parto foi realizado em uma calçada, no bairro Bomba, pelo seu esposo.
“A atendente do SAMU perguntou se eu iria esperar a ambulância retornar, mas minha esposa estava sentindo muitas dores. Quando a bolsa estourou eu tirei a camisa, forrei o chão e deitei ela em uma calçada. Ali mesmo ela deu à luz, quando a criança começou a nascer eu peguei ela e coloquei em cima da mãe, em seguida sai em diligência em busca de um taxista para levar eles ao hospital”, explicou José Wellington.
No trajeto o pedreiro encontrou uma viatura da Polícia Militar, que levou mãe e filho ao HRJL. Após serem atendidos, Ivanilda e o pequeno José Wellington de Sousa Filho, que recebeu o nome em homenagem ao pai, passam bem.
O casal já tem dois filhos, um de seis anos e outro de 1,5 anos. Wellington afirmou que ficou com muito medo, uma vez que sua esposa teve hemorragia durante o segundo parto.
“Quando eu vi ela na calçada pensei que não iria escapar nem ela nem a criança Como ser humano o meu sentimento é de desprezo e de descaso. Estou denunciando o caso, não por mim, nem por minha esposa ou filho, pois estamos bem, mas em nome de toda a população de Picos e região. Assim como aconteceu comigo pode acontecer com outras pessoas. Isso não pode acontecer, só eu sei o que passei fazendo o parto da minha esposa em cima de uma calçada no meio da rua. É revoltante”, disse o pedreiro.
Wellington contou ainda que a ambulância do SAMU só apareceu após sua esposa ter dado entrada no hospital.
O diretor administrativo da Secretaria Municipal de Saúde, Bruno Alves Luz, afirmou que uma ambulância está quebrada e a outra estava em ocorrência no momento do acontecimento. Ele reforça que o SAMU não entrou em recesso durante o final de ano e os atendimentos estavam sendo realizados normalmente.
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