11/03/2018 - Jesika Mayara
Os trabalhadores dos Correios entram em greve nesta segunda, 12, em todo o Brasil, por tempo indeterminado. Os servidores piauienses também devem aderir a paralisação nacional, como acordaram em assembleia extraordinária, realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (Sintect-PI) no dia 1º de março.
O principal motivo da paralisação é evitar mudanças no plano de saúde dos funcionários, que envolvem a cobrança de mensalidades do titular e de dependentes. Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a direção da empresa quer que os funcionários arquem com mensalidades do plano, assim como a retirada de dependentes. Além disso, afirma, o benefício poderá ser reajustado conforme a idade, chegando a mensalidades acima de R$ 900.
O início da greve coincide com a data do julgamento sobre o plano de saúde, depois de trabalhadores e empresa terem, sem sucesso, tentado chegar a um acordo sobre a questão. O secretário de imprensa da entidade no Piauí, Jailson Tavares, informou que a partir das 8h desta segunda(12), a categoria estará concentrada na sede dos Correios no Centro de Teresina recebendo os servidores que aderirem ao movimento.
“Todos os setores foram visitados chamando para a mobilização já que não há acordo sobre nosso plano de saúde e mesmo com o julgamento no TST, não esperamos um resultado favorável para nós”, destaca o sindicalista.
Sobre o número de funcionários que deve aderir à paralisação, Jailson informa que acredita que será progressivo o aumento. “Eu acredito que comece fraca, mas pode ser que ganhe corpo durante os dias que vai suceder, porque já recebemos um ataque brutal que foi cortando de imediato o pai e a mãe e agora querem que a gente pague mensalidade”, afirma.
Ele disse que além do plano de saúde, a luta da classe é para contratação de pessoal, já que mais de 20 mil funcionários já aderiram aos planos de desligamentos incentivados que a empresa propôs e um terceiro está em andamento.
“Quem sofre com isso é a população, porque não temos mais pessoa para entregar correspondência, e estão tendo que ir buscar até faturas nas agências”, declara.
Sobre o número de trabalhadores no Piauí, ele explica que na última contagem da entidade era 1500, mas que já deve ser menor por conta dos desligamentos.
“A reflexão feita coletivamente é que esse ataque faz parte de uma política de sucateamento e desgaste para os trabalhadores abrindo mais uma janela para justificar a privatização da ECT (Empresa Correios e Telégrafos). É preciso garantir a unidade da categoria para que possamos ter êxito nessa luta pela manutenção de nosso benefício”, destaca nota no site do sindicato.
A paralisação também servirá para protestar contra as alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), a terceirização na área de tratamento, a privatização da empresa, suspensão das férias dos trabalhadores, extinção do diferencial de mercado e a redução do salário da área administrativa. A categoria defende ainda a contratação de novos funcionários via concurso público e o fim dos planos de demissão.
A greve implica diretamente em serviços de entrega de encomendas, postagens simples e atendimento bancário realizado por bancos postais em agências de Correios.
Esta é a segunda greve em menos de seis meses. Em outubro do ano passado, os trabalhadores também paralisaram as atividades por reajuste salarial.
Cidade Verde