25/03/2016 - João Paulo
O ex-presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Henrique Pires, afirmou ontem (24) que sua exoneração do cargo é uma “retaliação” ao PMDB. Pires – que estava no cargo há um ano e 11 meses – foi indicado pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). Segundo Henrique Pires, nem o ministro da Saúde, Marcelo Castro, foi comunicado de sua saída.
“A minha saída é uma retaliação ao PMDB e não ao Temer [Michel Temer], pois a Funasa era um cargo do partido. Nem o ministro Marcelo Castro [ministro da Saúde] foi avisado”, disse Henrique Pires.
A convenção nacional do partido – ocorrida em 12 de março em Brasília – o PMDB proibiu filiados de assumir novos cargos no governo federal. Segundo Henrique Pires, após o encontro, ele colocou à disposição seu cargo para o governo Dilma Rousseff.
“Soube da minha exoneração ontem (quarta-feira) por telefone do Palácio do Planalto. Não foi surpresa, pois já tinha colocado à disposição meu nome. Não podia continuar, devido às mudanças que estavam ocorrendo sem minha autorização”, disse Henrique Pires.
Ele criticou a postura do governo de tirar coordenadores para lotear com nomes políticos. “Eu acho importante os cargos políticos, o que não aceito é tirar um nome técnico que tem mais de 20, 30 anos na Funasa e colocar nome político. Sou servidor da Funasa há 10 anos, tenho conhecimento da casa, o presidente sou eu, o CPF é o meu. Então, não tinha como fazer as mudanças. Que colocassem pelo menos servidores públicos e não pessoas que nunca exerceram o serviço público”, desabafou.
“Não tenho mágoas, só tenho que agradecer, principalmente por ajudar o meu Estado”.
Henrique garantiu ainda que o governo irá indicar para a pasta um nome do PTN do Maranhão. O cargo de Henrique Pires foi assumido interinamente por Márcio Endles Lima Vale, do PTN.
A exoneração de Pires é tida como uma provocação ao vice-presidente da República, Michel Temer, que marcou para o dia 29, próxima terça-feira, a reunião que vai decidir se o PMDB sai ou fica no governo Dilma.
AJUDA AO PIAUÍ
O ex-presidente da Funasa disse que sai do cargo, mas deixou tudo organizado. Ele lembrou que aprovou várias obras importantes para o Piauí como o plano de saneamento básico para vários municípios no valor de R$ 16 milhões.
Ele garantiu que não é de sua alçada trabalhar contra ou a favor do impeachment.
“Recebi um telefonema do governador de Alagoas, Renan Filho e ele me dizia que não sou ligado a “A” ou a “B” e que meu nome na Funasa era uma indicação técnica, mas percebemos que é uma retaliação ao partido”, ressaltou.
Fonte: Cidadeverde.com