30/03/2016 - Jesika Mayara
Quase dois anos após a morte do garoto Isaac José Luz de Sousa, Martim Borges da Silva, acusado de ter cometido o crime, vai a júri popular. A data do julgamento está marcada para o dia 07 de abril.
De acordo com o assistente de acusação, o advogado Maicon Luz, existiu a possibilidade do júri ser adiado. “A advogada de defesa do acusado, Marilene Vera, pediu para sair do processo. Dessa forma a juíza determinou que o acusado fosse intimado para constituir um novo advogado e caso isso não acontecesse o processo seria remetido à Defensoria Pública”.
Ainda segundo o Maicon, mesmo após a intimação o acusado não apresentou um advogado e será representado por um defensor público.
“A expectativa é enorme, está chegando o dia e a família está muito ansiosa. Será o dia do desfecho final desse processo. Enquanto acusação, nossa expectativa é que tenhamos um júri médio, que não se estenda muito, uma vez que serão apenas cinco testemunhas de acusação e o interrogatório do réu. Até as 19h00 esperamos que já tenha finalizado e consigamos a condenação do crime que ele cometeu. Queremos um julgamento justo e acreditamos na pena máxima”, afirmou o assistente de acusação.
Durante o julgamento não haverá nenhuma testemunha de defesa, uma vez que a defesa do réu deixou transcorrer o prazo legal sem a apresentação de ninguém.
Martim Borges foi ouvido em duas oportunidades e em ambas afirmou que o disparo foi acidental. Para a defesa, a perícia confirmou que não existe a possibilidade do disparo não ter sido intencional.
“Acredito que a defesa do acusado irá manter a mesma linha do disparo acidental. Tentar desqualificar o crime para homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas nos estamos preparados, juntamente com a promotora Itaniele que é a titular do processo, para comprovar que o disparo foi feito de forma intencional. Ele deve ser condenado por homicídio doloso e pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo e de omissão de socorro”, concluiu a acusação.
Relembre o caso
O garoto Isaac, de oito anos, foi morto no dia 03 de março no bairro Pedrinhas, após ser atingido por um tiro nas costas. No momento do crime a criança estava ajudando o seu pai a lavar o carro na calçada de casa. O tiro foi disparado por o seu vizinho Martim Borges.
O acusado se encontra preso há quase dois anos, o mesmo apresentou-se na Delegacia Regional de Picos mais de três dias após o crime com o intuito de responder em liberdade, porém, o delegado responsável pelo caso solicitou a justiça um pedido de prisão preventiva. Na época do crime Martim, que já tinha passagem pela policia, se refugiou na cidade de Jaicós.