01/08/2018 - Jesika Mayara
A empresa responsável pela manutenção do aterro sanitário do Val Paraíso não está mais executando o trabalho há cerca de um mês. A população que reside em torno do aterro tem reclamado da situação e acusa o poder público de descaso.
De acordo com a presidente da Associação de Moradores do Val Paraíso, Rosilene de Moura, a saúde da população está vulnerável por conta da quantidade de insetos e roedores que o lixão atrai.
“Esses dias, ultimamente, as moscas estão tomando de conta, você não pode colocar uma carne no sol, um doce fora da geladeira que as moscas tomam de conta. Então é isso que está, nesses dias, prejudicando mais”, relatou.
A presidente da associação falou ainda que os açudes da comunidade também estão sujeitos a contaminação e afirmou que a quantidade de urubus que circulam na região é ainda maior.
“Os urubus também tomam de conta dos açudes, porque eles saem do lixão para tomar água nos açudes que são mais próximos, eles tomam banho dentro do açude, então contamina, porque os animais tomam água desse açude e com certeza se a água está contaminada, vai contaminar os animais também. E com relação ao mau cheiro, à fumaça, esse lixão está prejudicando em tudo”, contou.
Rosilene de Moura afirmou que já procurou as autoridades do município, já provocou o Ministério Público, mas até o momento nenhuma medida foi tomada.
O vice-presidente da associação, Airton Lemos, falou que quando foi feita a transferência do lixão da Altamira para o Val Paraíso, em 2014, a população foi pega de surpresa e até protestou contra a mudança. Ele destaca que o local tem prejudicado a comunidade desde quando foi instalado.
“Falaram que ia ser um aterro sanitário e eu acho que não existe um aterro sanitário dessa maneira. Aterro sanitário, que eu saiba, é para o lixo ser enterrado e está sendo jogado a céu aberto, aqui não tem ninguém da prefeitura para tomar de conta. E está jogado, apenas tem uns catadores que acho que são particulares e como vocês podem ver, tem lixo de resto até hospitalar jogado em cima da terra, tem chorume derramando e não tem nada, não tem vala aberta, não tem manta, tudo isso foi falado que tinha que ter quando foi para ser instalado”, desabafou.
O morador Antônio Araújo afirmou que já perdeu animais por conta da insalubridade do espaço. “Eu já perdi três gados, tudo comendo sacola, porque nós temos a propriedade perto do lixo e está tudo cheio de sacola, quando a gente abre os fatos, está tudo cheio de plástico”.
Manoel Araújo, que também é morador da localidade, reclama da grande quantidade de moscas que invadem as residências, ele fala que não é possível mais conviver com tantos insetos. Ele disse ainda que as crianças e idosos da localidade têm adoecido com frequência por conta da grande quantidade de bichos que o lixão atrai.
Outro Lado
Segundo o secretário de Serviços Públicos de Picos, Luís Rodrigues, o período de contrato da empresa que executava os serviços no aterro foi encerrado há cerca de um mês e como forma paliativa, um trator de esteira está fazendo o trabalho desde a última segunda-feira (30).
“O que aconteceu é que a firma que estava lá acabou a licitação, foi feito tudo que poderia ser feito, no sentido de aumentar o tempo da firma, mas chegou ao ponto de parar tudo […]. O poder público, através do executivo, já contratou um trator de esteira, que iniciou, empurrando o lixo, já abriu a valeta, agora está dependendo das mantas para poder nós normalizarmos o lixão”, garantiu Luís Rodrigues.
O secretário afirma ainda que quatro vigias estão fiscalizando o local a fim de evitar possíveis ações de vândalos, como por exemplo, atear de fogo no local.
Fonte: Grande Picos