23/08/2018 - Jesika Mayara
Mais frequente em homens, os tumores na cavidade oral representam o quinto tipo de câncer mais comum entre os brasileiros. Em 2018, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê o surgimento de 14,7 mil novos casos, sendo 11,2 mil na população masculina, número três vezes maior que no público feminino ao qual estão previstos 3.500 novos casos. No Piauí, estima-se que surjam cerca de 80 novos casos, sendo 30 novos casos apenas na Capital.
O número pode até parecer pequeno, mas desse total de diagnósticos, de 70% a 80% ocorrem na fase mais avançada da doença, resultando em pior qualidade de vida, maiores taxas de morbidade e mortalidade, maior risco de mutilação e maior complexidade no tratamento e na reabilitação do paciente.
Segundo o especialista em odontologia hospitalar Sanmyo Martins, geralmente as lesões de câncer em cavidade oral são indolores e apresentam-se como massas ou úlceras (feridas) endurecidas, que não cicatrizam normalmente. Os locais de envolvimento mais frequentes são encontrados na língua (regiões laterais e posterior), seguido de assoalho de boca.
“Como normalmente são indolores na fase inicial, é o que mais justifica um atraso na procura de algum profissional, a não ser quando nos estágios avançados, a dor pode ser de alta intensidade. Mas, como há demora para cicatrização, algumas vezes pode ser associado a forte odor, alguma dificuldade para engolir ou pelo próprio tamanho da lesão, o paciente busca tratamento, mas aí já estamos diante de estágios bem avançados”, comenta.
Diagnóstico e tratamento
O especialista explica que, após suspeita pela lesão, o diagnóstico é confirmado através de biópsia. Com essa confirmação, é feito um planejamento do tratamento de acordo o estágio clínico e localização da doença, onde pode ser realizada cirurgia local, radioterapia, quimioterapia, além da combinação de tratamentos.
Com relação ao tratamento, Sanmyo Martins destaca que precisa ser avaliado de acordo com cada caso, já que, nos estágios avançados, também há presença de metástases. Com isso, o tratamento cirúrgico não acomete somente lesão, mas muitas estruturas associadas, sendo assim o cirurgião de cabeça e pescoço, juntamente com o oncologista, farão em conjunto uma avaliação do prognóstico e definição do melhor tratamento de cada caso.
Fonte: Portal O Dia