06/04/2016 - Jesika Mayara
O ensino superior a distância ainda não tem a confiança de grande parte dos potenciais estudantes. Isso é o que mostra uma pesquisa feita pelo Instituto Data Popular, a qual aponta que a maioria dos jovens não querem fazer cursos a distância ou semipresenciais.
De acordo com a pesquisa, 93% dos jovens com menos de 24 anos, e 79% dos que tem mais de 24 anos não desejam fazer cursos a distâncias porque desconfiam da qualidade da formação e têm medo de o curso não ser valorizado pelo mercado de trabalho. Fato que surpreende o professor Vinícius Alexandre Oliveira, diretor geral do Núcleo de Educação a Distância da Uespi. “Então, se existe algum estigma relacionado a credibilidade do processo é algo que vem caindo por terra ao longo dos anos. Eu confesso que essa pesquisa me surpreende ao apresentar um número elevado de pessoas, porque são muitos os indivíduos que fazem cursos dos mais diversos tipos através da modalidade EAD”.
O diretor geral do Núcleo afirma que não há motivo para desconfiança e que há instituições de renome utilizando a modalidade a distância. “Importantes corporações como por exemplo a Fundação Oswald Cruz, Fundação Caio Chagas, Universidade Federal Fluminense, há instituições que possuem um nome muito forte que utilizam educação a distância. O meu pensamento é que eles não se associariam a um tipo estratégia pedagógica se não houvesse um rigor. Ainda pode ser que exista mesmo, de fato, um desconhecimento, mas nós que estamos do outro lado responsáveis pela educação a distância sabemos que há um rigor”.
Ele complementa dizendo que grandes países não pensam mais em educação sem cogitar o modo a distância e acredita que o temor em relação a falta de um real conhecimento sobre como ele funciona está diminuindo. "Hoje, grandes países do mundo como Canadá, França, Inglaterra, Estados Unidos que têm dimensões continentais não ousam pensar em crescimento da educação sem incluir EAD. Então, se existe algum estigma relacionado a credibilidade do processo é algo que vem caindo por terra ao longo dos anos”, garante Vinícius Alexandre.
Encomendado pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), o levantamento mostra que as instituições precisarão fazer algumas adequações para atrair mais estudantes. Em 2016, o MEC homologou uma nova resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) com diretrizes e normas para educação superior a distância. Em até quatro meses, a modalidade deverá ter uma nova avaliação e novos parâmetros de qualidade.