07/04/2016 - Redação
Desde o início da manhã desta quinta-feira, 07, a movimentação no Fórum Senador Helvídio Nunes vem sendo intensa devido o júri popular do Caso Isaac, que tem como réu, Martim Borges Leal, de 41 anos.
A família da vítima, assim como estudantes de direito e a comunidade picoense acompanham o julgamento que teve início as 09h50, momento em que a Juíza Titular da 5ª Vara Criminal, Nilcimar Rodrigues de Araújo Carvalho, declarou aberto o júri.
Muito emocionada a mãe do garoto Isaac, Francisca Maria da Luz, não gravou entrevista, porém afirmou que espera que a justiça seja feita.
Após o sorteio dos sete jurados, a primeira testemunha a ser ouvida pelo tribunal do júri foi o perito criminal Jose Luís de Sousa Pinto, que participou da reprodução simulada e foi arrolado pela acusação, que está a cargo da promotora Itaniele Rotondo e do assistente de acusação Maycon Luz.
Seis testemunhas serão ouvidas durante a tarde de hoje, sendo cinco delas de acusação. Em seguida acontecerá o interrogatório do réu, momento aguardado por todos. Após isso, sucederá o debate entre as partes, que deve durar aproximadamente três horas.
ACUSAÇÃO
Para assistente de acusação, Maycon Luz, foram dois anos de espera para que o desfecho final do processo chegasse. “Confiando em Deus, vamos conseguir a condenação dele por homicídio doloso, posse ilegal de arma de fogo e omissão de socorro”.
A expectativa do advogado é que o julgamento se estenda até as 22h00, uma vez que o mesmo será complexo e um pouco técnico.
“A acusação está tranquila, pois está baseada em provas técnicas, foi feita a reconstituição do crime, onde os peritos atestaram categoricamente, através de um laudo pericial, que a porta da residência estava aberta e ele tinha a plena visão da criança. Por conta de provas periciais e testemunhais, a acusação está segura e confiante na condenação do acusado”, disse Maycon.
A acusação espera ainda que o réu seja condenado por pena máxima, uma vez que o mesmo já tem diversas antecedentes criminais. “Minha expectativa é que a pena supere os 20 anos de prisão”.
DEFESA
“Ninguém tá querendo colocar panos mornos, queremos que o Martim tenha um julgamento justo, ou seja, o homicídio culposo tá claro diante de todo o decorrer do processo. Não existe essa questão do dolo eventual, houve o fato, não queremos nos eximir da responsabilidade. Agora que seja uma pena justa, onde as circunstâncias de como ocorreram os fatos sejam analisadas”, afirmou o advogado de defesa, Fernando Muniz.
Para a defesa todos os fatos caracterizam o homicídio culposo e a própria denúncia trás uma contradição. “A partir do momento que se coloca um projetil incompatível, a própria denúncia diz que o mesmo não tem um sentido linear, ou seja, por si só já mostra que não houve a intenção de lesionar a criança. Assim como o fato dele ter se precavido com outras situações não mostra que ele tinha intenção. Foi uma fatalidade”, disse Fernando.
CHEGADA DO RÉU
Martim Borges chegou ao fórum por volta das 09h20, após as pessoas que iriam acompanhar o julgamento serem remanejadas para o auditório. ​O mesmo mostrou-se bastante agitando e portava uma bíblia.