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Aplicativo criado no Piauí auxilia no desenvolvimento de pessoas com autismo

A tecnologia auxilia profissionais que lidam com crianças com o TEA

20/10/2018 - Jesika Mayara

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P40G-IMG-3877de8fdf2eee245f.jpg (Foto: Wilson Filho/Cidadeverde.com)
P40G-IMG-3877de8fdf2eee245f.jpg (Foto: Wilson Filho/Cidadeverde.com)

Uma ideia na cabeça e vontade de ajudar ao próximo. Foi esse espírito do bem que levou um teresinense a criar um aplicativo on-line para computadores que ajuda no desenvolvimento de pessoas com autismo, o Sociautism. A tecnologia auxilia profissionais que lidam com crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), como psicólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, a avaliarem de forma mais adequada a evolução do paciente. 

De acordo com o sócio e idealizador do aplicativo, Thiago Carvalho, o sistema criado na ferramenta facilita o gerenciamento dos treinos de habilidades sociais de pessoas com autismo em tratamento. Com a utilização da tecnologia, o atendimento vai sendo feito de forma “customizada”, ou seja, elaborado de forma individual e exclusiva para cada pessoa.

Para ele, o SociAutism é uma espécie de guia pratico. “É como se fosse um passo a passo de como o terapeuta tem que executar o treino com pacientes nos mínimos detalhes. Lá ele diz, por exemplo, como chegar para conversar, se é para esticar o braço e como, olhar no olho do paciente. Vão ficando cadastradas dicas para treinar o paciente, tudo de forma planejada”, explicou Thiago Carvalho. 

Para otimizar ainda mais o tratamento, com o planejamento que vai sendo gerado a cada atendimento no app, os profissionais podem avaliar o treino e a evolução do desenvolvimento do público autista. O aplicativo também tem uma série de quesitos a serem respondidos ou marcados, em relação ao que foi realizado no treino, e tudo vai gerando gráficos e relatórios em cada categoria de habilidade, a exemplo de linguagem corporal, empatia, jogos e comunicação oral. 

De acordo com o sócio do Sociautism, o app está atualmente sendo utilizado e “validado” por cinco psicólogos em uma clínica que atende pessoas com TEA, em cerca de 30 crianças com autismo.

Da sensibilidade à criação 

O idealizador e também criador do aplicativo conta que a ideia surgiu depois que ele e uma amiga sentiram a necessidade de criar algum mecanismo que pudesse realmente auxiliar no tratamento do público com TEA. Porque, segundo Thiago, a maior dificuldade no tratamento desses pacientes é o planejamento do treino de forma otimizada e individualizada. 

“A ideia surgiu depois de conversar com uma amiga psicóloga. Ela me relatou, e a gente foi conversando também com outros psicólogos depois, e percebemos que os terapeutas e psicólogos tinham muita dificuldade para planejar o treino customizado e perdiam muito tempo com isso. Essa é a principal queixa dos profissionais e pessoas em geral com autismo”, contou. 

Então, no final do ano passado o Sociautism começou a ser desenvolvido e em 2018, a ser utilizado na clínica. Thiago garante que ele está trazendo grandes evoluções no tratamento do Transtorno. 

Entusiasta e consciente do progresso conquistado, ele contou que essa semana o app foi apresentado em duas clínicas e uma escola na cidade de São Paulo, que trabalham com o público com TEA. 

Expansão 

Por enquanto, o mecanismo não existe para smartphones e tablets, mas esse é o próximo passo, segundo Thiago. Pois para ele, o app tem grande potencial de mercado. “Já que  no Brasil mais de 6 milhões de pessoas são diagnosticaras com algum grau de autismo”. 

De acordo com Thiago , não há nenhuma ferramenta desenvolvida no Brasil nos mesmos moldes do Sociautism, que auxilie no tratamento e desenvolvimento de sociabilidade de pessoas com autismo. 

“Na Inglaterra existe um, que inclusive serviu de inspiração para que o nosso fosse criado. E a gente continua pesquisando e pensando para que ele seja aprimorado”. 

O segundo passo, conforme Thiago, é expandir para a utilização dos pais ou responsáveis. O desejo de crescimento e aperfeiçoamento do projeto existe, pois como o idealizador mesmo sabe; “ele pode efetivamente melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, porque com o seu auxílio, o terapeuta consegue detectar e acompanhar exatamente qual a principal  dificuldade e como o paciente está evoluindo”.

 

Cidade Verde

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