06/11/2018 - Jesika Mayara
Mais uma vez a família de Edilson Virgulino Neto, vítima de assassinato em 2004, sofre com o adiamento do júri popular cujo o mesmo estava marcado para acontecer na manhã de hoje, 06, na 5º Vara da Comarca de Picos.
De acordo com o advogado da família da vítima, Elias Cipriano, a falta de um arquivo de mídia anexado no processo, teria sido o motivo de um novo adiamento que está previsto para acontecer no próximo ano.
Elias afirmou que esse arquivo de mídia contém a gravação de duas testemunhas de defesa e foi anexado no dia 26 de setembro de 2016. O arquivo teria desaparecido do processo e culminou com o cancelamento do júri popular.
“Diante disso o Ministério Público deu um prazo de três dias para o advogado de defesa ter acesso ao material, como ele não teve acesso e não há vagas nas pautas do mês de novembro e dezembro, o júri foi adiado para a primeira sessão do mês de janeiro de 2019” explicou Elias Cipriano.
Ainda de acordo com o advogado, o réu se encontra no Estado de São Paulo desde o dia 18 de novembro de 2004, data em que o mesmo foi posto em liberdade.
“O réu vai ser notificado por carta precatória. Inclusive participou de poucas audiências e sempre o advogado vem com manobras requerendo a dispensa do acusado em audiências” ressaltou Elias.
“Praticamente ele não participou dos atos processuais e mudou do distrito para outro local sem autorização da justiça. Ele simplesmente foi embora sem autorização judicial e não foi decretado prisão dele” destacou.
Em relação ao arquivo desaparecido, Elias afirmou que o conteúdo era apenas testemunhas informando que o acusado era um homem bom e não acrescentava nenhum conhecimento sobre o homicídio.
“As testemunhas não tinham conhecimento sobre nenhum fato do homicídio duplamente qualificado. Isso é muito frustrante pra família, onde há quatorze anos vem sofrendo com essa situação e esperamos que em janeiro, aconteça esse julgamento. É um réu confesso em depoimento realizado no 18 de maio de 2004, onde o mesmo confessou o crime” destacou o advogado da família da vítima.
“Existe várias manobras porque o réu já confessou o crime e já era pra ter sido julgado há mais de dez anos. Cada dia que passa a defessa vem com arte manhas para que o julgamento seja adiado. Foi um crime hediondo, duplamente qualificado com requintes de crueldade. Isso tem que haver justiça” clamou Elias Cipriano.
A viúva do mototaxista, Eva Regina, clama por justiça e afirmou que teve que ir morar em outra localidade por conta que teria que resguardar a criança de traumas psicológicos pelo assassinato do pai.
“Nós queremos justiça, não pode deixar em vão. Ele tirou a vida de um trabalhador e pai de família” clamou Eva Regina.
A viúva disse ainda que no dia do acontecido, momento em que Edilson estava sendo socorrido, ele tinha pedido para não deixá-lo morrer porque o maior orgulho era o filho que tinha ainda pequeno com pouco tempo de vida.
O crime
A vítima, o mototaxista Edilson Virgulino Neto, na época com 23 anos de idade, casado e pai de um filho, foi brutalmente assassinada a tiros em uma emboscada no início da noite de 07 de maio de 2004, crime ocorrido na localidade Engano do Porém, no município de Santana do Piauí.
Fonte: Cidades na Net