12/11/2018 - Jesika Mayara
“Nunca vi tanta sujeira em um local que se vende comida”, disse a promotora de justiça, Micheline Ramalho Serejo Silva, sobre sua visita ao Açougue Público Municipal de Picos, em fevereiro de 2016. Passados dois anos e nove meses a situação do local não é muito diferente do constatado na época.
A nossa redação foi procurada por um consumidor de carnes do local, que relatou a sujeira e infestação de insetos nas instalações.
“Aquilo dali está uma imundice, fui lá de manhã é você caminhando e as baratas transitando em sua frente. Se você chegar em qualquer outro comércio e a Vigilância Sanitária pegar uma única barata, processa o proprietário do estabelecimento, mas como ali é da prefeitura nada é feito. Lá você encontra carne até no chão, azulejos caídos, o açougue está abandonado”, disse o picoense, que preferiu não se identificar.
Nossa redação esteve no local e conversou com alguns açougueiros, que por medo de represarias, preferiram não gravar entrevistas, mas confirmaram o descaso com o local.
Alguns deles afirmaram que precisam pagar a terceiros, para que limpem seus boxs e relataram falhas na limpeza geral do ambiente, que deveria ser feita todos os dias.
Andando pelo local os consumidores se deparam com azulejos sujos, lixo nos corredores, pedras de mármores sujas, pedaços de carnes no chão e banheiros impróprios para o uso.
O esgoto a seu aberto e tambores com alimentos na frente do local também preocupam os açougueiros, uma vez que os resíduos proporcionam a proliferação de insetos e roedores.
Nossa redação procurou por duas vezes a coordenadora da Vigilância Sanitária de Picos, Lúcia Neiva, que não se encontra em Picos.
Câmara Municipal
A denúncia também foi feita no plenário da Câmara Municipal de Vereadores durante a sessão da quinta-feira, 08, pelo vereadores Francisco das Chagas Sousa, o Chaguinha (PTB), que pediu que providências fossem tomadas pelo poder público municipal.
Histórico
O Açougue Municipal Félix Borges Leal, como conhecemos, foi reformado na gestão do prefeito José Nunes (1973-1976). Antes funcionava na rua Coelho Rodrigues. Porém foi nos anos 70 que ele foi dotado de estrutura, inclusive com o transporte da carne feito em caminhão baú. A gestão do prefeito Gil Paraibano fez outra reforma omitiu o nome do homenageado sobrinho de Borges Leal Marinho, onde o local foi adequado para peixes e hortifrútis.
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