11/12/2018 - Redação
Representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM-PI), Associação Piauiense de Municípios (APPM) e Secretaria Estadual de Saúde se reuniram na tarde desta segunda-feira (10) para discutirem a saída de médicos do Programa de Saúde da Família (PSF) para o Mais Médicos.
Segundo levantamento da Gerência de Atenção Básica da Sesapi, mais de 120 médicos saíram do PSF, o que pode gerar um caos na saúde de cidades no Piauí.
A reunião aconteceu na sede do CRM com a presença do secretário de Saúde, Florentino Neto, da presidente do CRM, Mirian Parente e de integrantes da APPM e da Sesapi. A Saúde informou que alguns municípios estão 100% sem médicos desde o dia 14 de novembro. Disse também que em torno de 60 prefeituras estão com dificuldades de contratação de médicos. Os profissionais têm até o dia 14 deste mês para se apresentar.
Até agora, os dados do Mais Médico no Piauí são os seguintes: das 198 vagas que precisam ser preenchidas, 55 médicos já se apresentaram ao local de trabalho e 98 vagas ainda estão em aberto. O levantamento também diz que nove médicos já desistiram. Entre os municípios prejudicados estão Guaribas, São José do Divino, São Francisco de Assis, Campo Largo, Esperantina, Corrente, Pavussu, Barreiras, Morro Cabeça do Tempo, São Gonçalo do Gurguéia, Tamboril e São Luiz do Piauí.
A coordenadora estadual do Mais Médicos, Idvani Braga, disse que a reunião é para trazer os dados e buscar uma alternativa para os municípios, já que foi constatada a migração.
A gerente de Atenção Básica da Sesapi, Dília Falcão, disse que hoje o estado tem 1.328 equipes no PSF em todo o estado e que 124 médicos saíram da estratégia do PSF para o Mais Médicos. “Estamos com uma realidade em que se cobre um santo e descobre outro”, lamentou.
Margareth Pimentel, assessora técnica da APPM, disse que os prefeitos estão bastante preocupados devido a demora da apresentação dos Médicos.
“Pode se gerar um caos na saúde. Um município como Guaribas, que hoje tem duas equipes do PSF, está sem médicos. Está lenta a apresentação dos profissionais e a maioria dos que se apresentou no Mais Médicos já está na estratégia do PSF, então os prefeitos estão com dificuldade de contratar novos médicos”, salientou.
A presidente do CRM disse que convocou a reunião e destacou dois fatores como mais importantes que são a questão da estabilidade do profissional e as condições de trabalho que são precárias em várias cidades.
"A gente percebe que os locais que não foram preenchidos na primeira classificação são os que têm maior dificuldade de acesso, tem condições de trabalho e também a estabilidade, remuneração e atraso de salário", disse a presidente do CRM.
Atualmente, o médico do PSF recebe um salário que varia de R$ 5 mil a R$ 8mil. Já no Mais Médico o vencimento é de R$ 11.800, além da ajuda de custo que vai de R$ 1300 a R$ 2700.
O secretário fez a defesa do governo federal lançar novo edital para preenchimento das vagas abertas.
"É uma situação preocupante, mas queremos tranquilizar a população que nós da Secretaria Estadual da Saúde estamos preocupados e reunidos para que possamos discutir e tirar daqui algumas alternativas. Uma delas, que pretendemos propor, é a reabertura dos editais para a contratação de novos profissionais".
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