19/04/2016 - Jesika Mayara
Teve início as 10h20 desta terça-feira, 19, no Fórum Senador Helvídio Nunes, o terceiro júri popular realizado na comarca de Picos este ano.
O mesmo é o primeiro julgamento do Caso Emídio Reis e na ocasião será julgado, José Gildásio de Brito, de 39 anos, acusado de participação no assassinato do ex-vereador. Outros três acusados de participação no crime devem ser julgados posteriormente.
Vestidos de preto e portando faixas a família da vítima acompanha o julgamento presidido pela juíza titular da 5ª Vara Criminal, Nilcimar Rodrigues de Araújo.
A chegada do réu ao fórum aconteceu às 08h45 e foi marcada por tumulto e protestos, onde agentes penitenciários e policiais tiveram que intervir e realizar o transporte do mesmo até um local seguro.
Sete testemunhas devem ser ouvidas e o julgamento deve durar mais de um dia. Além das testemunhas, acontecerá na sessão plenária do júri o interrogatório do acusado.
José Gildásio foi pronunciado pelo crime de homicídio, com quatro qualificadoras, sendo elas por motivo torpe mediante promessa de recompensa, homicídio qualificado por motivo fútil, por dissimulação e por meio cruel. Além do crime de homicídio o réu será julgado pelos crimes de sequestro e ocultação de cadáver.
ACUSAÇÃO
A acusação do caso está sendo realizada pelo Ministério Público, através do promotor Marcelo de Jesus Monteiro, e pelo assistente de acusação Herval Ribeiro.
“Diante de todo o conjunto probatório não temos duvidas que o acusado sairá condenado na sessão plenária do júri, uma vez que ele não cometeu apenas o crime de homicídio duplamente qualificado, como também praticou os crimes de sequestro e ocultação de cadáver”, disse o assistente de acusação.
Ainda de acordo com Herval, a pena máxima para o homicídio qualificado é de 30 anos, já para sequestro a pena máxima é de oito anos e no caso de ocultação de cadáver o período é de três anos.
“Somando tudo resulta em uma pena de 41 anos de prisão. Acredito que antes das eleições os outros três acusados serão submetidos a julgamento. O processo já se encontra na comarca de Picos e com certeza serão condenados”, afirmou Herval.
DEFESA
A defesa do réu está a cargo do advogado Gleuton Portela, que afirmou que a sociedade vai tomar conhecimento na íntegra do que foi apurado no processo, desde a fase policial até a presente data.
“A tese da defesa é a tese do que está no processo. Acreditando a defesa que existem provas, mais que suficientes, da inocência do Gildásio. Hoje vocês vão tomar conhecimento do que aconteceu no dia 31 de janeiro de 2013”, disse o advogado Gleuton Portela.
A defesa afirmou ainda, que possui álibis testemunhais, periciais e técnicos que comprovam a inocência do acusado.
“A própria quebra do sigilo telefônico eu exigi que no final fosse apresentado. A polícia tinha desde maio e só foi apresentar ontem, depois da defesa insistir muito. Depois disso estou tranquilo e vou comprovar hoje a inocência do José Gildásio e a injustiça, porque já são mais de três anos preso”, garantiu o advogado de defesa, que afirmou que a tese da acusação será massacrada.
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Fotos: Fabrício Sousa