11/02/2019 - Redação
A falta de estrutura do bairro Morada do Sol, em Picos, é pauta constante em períodos eleitoreiros, e faz parte das propostas de candidatos da oposição e situação.
Porém, as ações não chegam ao bairro em sua totalidade, revoltando assim os moradores, como os da rua Bom Jesus, que liga a Morada do Sol ao bairro Morada Nova.
Poeira no período de estiagem e lama no inverno, é a realidade do local. Após muito procurar pelo poder público e não ter respostas, a moradora Irla Costa, procurou o Picos 40 Graus e denunciou o caso.
“Já fazem três anos que eu tenho procurando a secretaria de obras de Picos cobrando o calçamento. Eu e minha família moramos aqui há mais de 23 anos, nesse período acompanhamos a expansão do bairro, várias outras ruas serem calçadas e asfaltadas e nada ser feito por nós. O fluxo aqui é intenso, no período de seca a poeira é absurda. Na chuva ficamos que nem porcos na lama, atolados, temos que empurrar nossos transportes para sair de casa. Esse é um problema de saúde pública, educação e dignidade humana”, disse a moradora.
Com a falta de infraestrutura, os moradores sofrem com outras questões como a falta de coleta de lixo e o não acesso a ambulâncias e a viaturas, por exemplo. Irla ressaltou ainda, que o lixo tem que ser queimado e, em casos de doenças, os moradores se juntam em mutirão para levar o doente até a ambulância, que estaciona na parte alta do bairro.
“Nas primeiras vezes que procurei a secretaria fui bem atendida, inclusive me entregaram uma folha para que fizesse a solicitação por escrito, assim fiz e passei para ficar cobrando. Nesse período houve a troca de secretários, mas nunca tive respostas concretas. Dessa última vez que os procurei não fui bem recebida e fiquei falando sozinha lá. Nós vamos buscar o Ministério Público, para garantir o nosso direito de ir e vir. Onde o poder público não chega a criminalidade chega”, ressaltou a moradora.
Pedro Martins Leal, de 82 anos, também é morador do bairro e afirmou que já presenciou inúmeros acidentes na ladeira.
“Uma vez caiu uma grávida, outras vezes mães com crianças pequenas, os acidentes são constantes. Eu inclusive já cai e sinto dificuldades em sair de casa, doe as pernas quando eu forço para subir. Tenho muita vontade que essa rua seja calçada”, disse o idoso.
Com uma filha de quatro meses, Maria Renilde, lembra que com a poeira a criança adoeceu no primeiro mês de vida. “Enfrentamos muita dificuldade. Fizeram várias ruas do bairro e onde mais se precisa não foi feito, o fluxo de pessoas aqui é grande. É muito ruim morar em um lugar onde nada para limpo e se tem que conviver com lama e poeira”.