25/05/2016 - Jesika Mayara
A Comissão de acompanhamento, avaliação e fiscalização interna concurso público municipal de Picos esclareceu os reais motivos para o adiamento das provas.
Durante coletiva realizada no Ministério Público de Picos a promotora Micheline Serejo e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil subsecção de Picos, Franck Bezerra, relataram que o Instituto Machado de Assis descumpriu com o acordo realizado com a comissão.
“Fizemos um acordo com a banca examinadora e com o município para que houvesse uma estrutura triplicada de segurança, onde tivéssemos acesso a lista de professores com termo de sigilo, além de ser entregues as questões de forma triplicada para que fossem sorteadas pela comissão sem que a banca Machado de Assis tivesse acesso. Iriamos amarrar o máximo possível a possibilidade de o conteúdo não vazasse. Ao chegarmos lá iriamos diagramar, imprimir e lacrar as provas e colocá-las em um cofre. Estava tudo pronto para que a prova acontecesse nesse final de semana, porém, quando chegamos ao instituto não tinha nada pronto, aliás, tinha da forma deles”, disse a promotora Micheline Serejo.
De acordo com Franck Bezerra, a comissão foi montada para estabelecer critérios para que o concurso ocorresse de forma idônea, mas a banca não possui capacidade técnica para realizar o concurso.
A comissão relatou que o município possui uma logística adequada para a realização do certame e que o adiamento aconteceu, única e exclusivamente, por questões de segurança.
“Para acontecer no próximo final de semana sem lisura, sem idoneidade, sem você saber se está concorrendo realmente. O que você prefere? Passamos cinco dias lá tentando fazer com que eles cumprissem o acordo, porém, alegaram que não tinham condições. Sofremos uma pressão horrorosa por querermos adiar as provas. Como é que eu vou dizer aos candidatos que eu fiscalizei? Se a prova foi feita por eles sem obedecer aos critérios de segurança?”, indagou Micheline.
Questionados sobre a possibilidade de cumprimento do mandado de segurança por parte do instituto para as novas datas, a comissão alegou que não vai fazer de conta que está tudo perfeito e que está na defesa dos candidatos.
Administração Municipal
De acordo com a promotora, em um primeiro momento a administração municipal se mostrou contrária ao adiamento das provas devido à repercussão gerada a cerca do processo. “Porque os candidatos não iam gostar, muitos já tinham comprado passagem, já tinham se programado. E isso é verdade, eu já fui concurseira e sei como é ficar na expectativa de um prova, porém, como nos não vamos aceitar algo só pra cumprir um calendário , temos que defender os direitos dos candidatos. Embora hajam problemas estamos tentando garantir a veracidade do processo”.