31/05/2016 - Jesika Mayara
Teve início por volta das 10h15 desta terça-feira, 31, o júri popular do Caso Chico Ramos que tem como ré Antônia Consuelo Rodrigues Ramos, de 37 anos. A mesma é acusada de encomendar a morte do seu esposo Francisco Osvaldo Ramos da Silva, 43 anos.
O crime aconteceu no dia 31 de outubro de 2014 no bairro Parque de Exposição. Antônia, que está presa há quase um ano e meio, chegou ao Fórum Senador Helvídio Nunes por volta das 09h30 e mostrou-se muito emocionada.
A sessão do júri acontece no auditório do fórum e é presidida pela juíza titular da 5ª Vara Criminal, Nilcimar Rodrigues de Araújo Carvalho. Além disso, contará com nove testemunhas, quatro de acusação e cinco de defesa. A expectativa é que o julgamento se estenda até a madrugada.
Acusação
A acusação do caso está a cargo do Ministério Público, através do promotor João Malato. E conta ainda com o assistente de acusação Jean Clécio.
Para o promotor João Malato diversos indícios incriminam a acusada que responde por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
“A acusada foi a mandante do assassinato do seu próprio esposo, pois o mesmo pretendia se separar e ela não se conformava com a separação. Os autos mostram que ele já estaria vendendo alguns imóveis, o que despertou o instinto de vingança da acusada, que contratou dois executores”, relatou o promotor.
Caso o conselho de sentença acolha as duas qualificadoras, a acusação pede uma pena que pode durar entre 12 e 30 anos.
“As provas são bastante concludentes nos autos, esperamos que a tese acusatória seja acolhida pelo conselho de sentença e que ela cumpra sua pena. Existem depoimentos que relatam que ela propagou que pretendia matar o marido e, além disso, procurou duas pessoas na cidade para comprar uma arma de fogo”, disse João Malato.
Defesa
A defesa conduzida pelo advogado Maicon Luz, acredita na absorção de Consuelo.
“Esperamos um ano e cinco meses por esse momento. Hoje é o dia que teremos a oportunidade e a liberdade de mostrar para a sociedade picoense a inocência da senhora Antônia Consuelo. Isso tudo foi fruto de uma armação policial e de um inquérito conduzido de forma maliciosa que a incriminou sem provas”, disse o advogado de defesa.
Maicon afirmou ainda, que o inquérito é tendencioso e não aponta os executores do crime, nem o mandante muito menos o valor pago para o cometimento do mesmo.
“Estamos tranquilos, temos muitas provas e faremos contraprovas contra alguns indícios apontados pela autoridade policial na época. Iremos rechaçar de um a um todos os pontos levantados pela acusação”, afirmou a defesa, que segue a linha de negativa de autoria.