28/04/2020 - Redação
Por João Paulo Leal – Da Redação
Ao longo de sua desastrosa estadia na Prefeitura de Picos, o prefeito José Walmir de Lima (PT) já deu várias demonstrações de que não confia muito nas pessoas que integram ou já chegaram a integrar sua equipe de governo. Promover atos administrativos que remontam aos tempos do absolutismo também não se restringiu a um ou dois exemplos, mas quase viraram rotina na atual gestão, que ironicamente já teve como slogan “uma cidade para todos”.
No entanto, o Decreto de número 57/2020, assinado no último dia 20 de abril, é o maior exemplo de que o gestor picoense além de não confiar no seu secretariado, também adotou verdadeiro comportamento de um “reizinho”. O documento, publicado no Diário Oficial dos Municípios, edição do último dia 22 de abril, confere somente ao prefeito Walmir Lima e ao novo tesoureiro municipal, o contador Geraldo Dantas Lélis, as atribuições para movimentações das contas bancárias do Poder Executivo de Picos.
O decreto ainda especifica quais órgãos ou secretarias, bem como as respectivas contas bancárias que passam a ser movimentadas somente pelo prefeito e pelo tesoureiro, sendo: Secretaria Municipal de Educação; Hospital Dia; Secretaria de Saúde; Município de Picos; Fundo Municipal de Assistência Social; Fundo Municipal de Iluminação Pública; Fundo Municipal de Meio Ambiente; FEPM – Fundo Especial dos Procuradores; Fundo Municipal de Trânsito e Departamento Municipal de Trânsito.
Das autorizações que tratam o decreto estão, dentre outras, emitir cheques; abrir contas de depósitos; utilizar o crédito aberto na forma e condições; receber, passar recibo e dar quitação; autorizar débitos em conta; retirar cheques devolvidos; sustar/contraordenar cheques; efetuar resgates/aplicações; cadastrar, alterar e desbloquear- senhas; efetuar saques na conta corrente; efetuar saques na poupança; efetuar pagamento por meio eletrônico; efetuar transferências por meio eletrônico; liberar arquivo de pagamento; assinar instrumento de convênio/ contrato prestação de serviço.
Diante de um cenário melancólico, em que não lhe coube indicar nenhuma das duas vagas da chapas majoritária da aliança governista e ainda amargando elevados índices de rejeição popular, restou ao ainda mandatário de Picos adotar esse tipo de ato absolutista. Caso o ex-vigário de São José Operário tenha algum livro de cabeceira, muito provável não ser mais a Bíblia e sim O Príncipe, de Maquiavel.