Picos(PI), 24 de Novembro de 2024

Matéria / Geral

Moradores de área de risco abandonam residências em Picos

O risco iminente de desabamento do Morro da Mariana tem deixado as famílias aflitas

08/01/2018 - Jesika Mayara

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e6d8673ea909b45fcbb769b15b10.jpg (Foto: Jesika Mayara)
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As chuvas registradas em Picos durante a primeira semana de 2018 aumentaram o risco de desmoronamento nos morros da cidade. Cerca de 20 famílias do Morro da Marina, localizado no Centro da cidade, vivem momentos de aflição devido ao riso iminente de desmoronamento das encostas.

Desde o ultimo sábado, 06, algumas famílias começaram a se mudar do local. Como a do segurança, Wiliam Sousa, que morou no local por 12 anos.

“Mesmo sabendo do risco investi aqui pelo valor do terreno, pois somos uma família de classe média e não temos condições de comprar terreno em um lugar melhor. Há alguns anos atrás sempre existiam as manutenções em cima do morro, equipes vinham fazer o concerto dos paredões devido as infiltrações. Nessas últimas gestões o morro ficou abandonado. Sai daqui sábado e tive que alugar uma casa no bairro Boa Sorte”, disse o segurança.

Wiliam é casado e tem dois filhos, o medo do desmoronamento aumento após a sua motocicleta, que estava estacionada em frente a sua residência, ter descido morro abaixo durante a chuva da última sexta-feira, 05. “Não vou colocar minha família em risco, temos primeiro que salvar nossas vidas, bens materiais se conseguem trabalhando, é melhor ter um prejuízo financeiro do que perder a vida.  Sai da casa própria para o aluguel”.

Desempregada, Marinete de Oliveira, abandonou sua residência após uma encosta desabar sobre o seu banheiro. “Moro aqui desde que tinha três anos de idade. Se eu estive naquele banheiro não estaria aqui para contar a história. Não tenho para onde ir, estou abrigada na casa de vizinhos, deixei minha residência pois, a qualquer hora o morro pode desabar”.

Sem condições de deixar sua residência, Audinia Aldenora da Conceição, vive momentos de aflição. Ela contou ao Picos 40 Graus, que a frente da sua casa está afundando e que o problema já começou a afetar a estrutura da residência.

“O Corpo de Bombeiros veio e pediu para eu deixar minha casa, porém não tenho para onde ir, não posso pagar um aluguel pois meu marido está desempregado. Moro aqui há cinco anos, quando sei que vai chover eu não durmo, fico nervosa, temo muito por meu marido e meu filho de 14 anos. Estou de mãos atadas”, disse a dona de casa.

Até o momento cerca de três famílias já abandonaram suas residências na área.

Medidas tomada

 A manicure, Marilene Silva, conta que já procurou os órgãos competentes, mas nada foi resolvido. “Há três anos atrás caiu o primeiro barranco, ano passado o problema voltou a se repetir. Agora caiu de novo, caiu uma moto. Se fosse uma criança ou um idoso teria morrido. A gestão sabe do problema, já foi postado e redes sociais, liguei para os responsáveis, acionei o setor de obras da prefeitura que ficou de vir e nunca veio. Essa reclamação foi feita quando Iata era secretário de obras”.

Marilene afirmou que famílias das ruas São Cristóvão, Três de Maio e Santiago vivem momentos de aflição.

Defesa Civil

O Picos 40 Graus buscou o coordenador da Defesa Civil de Picos, que falou que o problema no local é antigo.

“As pessoas construíram em locais impróprios, infelizmente a prefeitura não tem condições de fazer nenhum muro de arrimo. É muito caro e para fazer algo que não preste é melhor deixar como está. Minha orientação é que as famílias procurem locais seguros”, disse o coordenador Oliveiro Luz.

 

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